Tribunal do Sudão decreta cumprimento da pena num centro de detenção para pessoas idosas, de acordo com a lei nacional
Um tribunal do Sudão condenou este sábado o antigo presidente do país, o islamita Omar al-Bashir, a dois anos de prisão por corrupção e posse ilegal de moeda estrangeira, especificamente, sete milhões de euros, dias após a saída do poder.
De acordo com a lei sudanesa, a sentença terá de ser cumprida num centro de detenção para pessoas idosas porque não é permitido reter condenados com mais de 70 anos em prisões convencionais. Bashir tem atualmente 75 anos, mais de um terço passado a governar o Sudão.
Um dos advogados de Omar al-Bashir afirmou que, sendo o ex-presidente um oficial do exército, "não deseja recorrer da sentença nem receber a clemência de ninguém".
O líder da equipa de defesa do ex-presidente, Ahmed Ibrahim al-Tahir. "O juiz decidiu com base em motivos políticos, mas apesar disso temos confiança no sistema judicial sudanês", justificou.
Omar al-Bashir governou o Sudão durante trinta anos até ser deposto em abril, é alvo de outros processos judiciais, incluindo incitamento e envolvimento no assassinato de manifestantes, e foi também implicado recentemente no golpe militar de 1989 que o colocou no poder.
A revolta no Sudão que conduziu à queda de Bashir começou a 19 de dezembro do ano passado. Um grupo de generais depôs o presidente em abril e prendeu-o na mesma cadeia de Kobar, em Cartum, onde o antigo governante costumava prender os opositores durante o regime que liderou.