2019 em revista - Guerras comerciais, incerteza e o possível abrandamento da economia mundial

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De  Monica Carlos
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Mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo poderão passar a viver abaixo da linha da pobreza.

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As tensões comerciais e o clima de incerteza poderão resultar num abrandamento da economia mundial.

Se o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China se agravar, mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo poderão passar a viver abaixo da linha da pobreza.

Esta é a previsão mais pessimista feita pelo Banco Mundial no final de 2019 - um ano em que as tensões comerciais se transformaram numa guerra comercial sem precedentes.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), as camadas mais desfavorecidas pagarão o preço.

"O comércio é bom para o crescimento económico, é bom para o nivél de emprego e, o mais importante, é bom para a redução da pobreza. Um fator sobre o qual muitas vezes não falamos é que as pessoas que são mais afectadas são os agregados familiares com rendimentos baixos, porque na ausência de um regime de comércio livre o aumento dos preços afecta o cabaz de compras destas famílias."
Kristalina Georgieva, Diretora-geral do FMI

No final das contas, as taxas aduaneiras são pagas por todos nós e funcionam como um imposto oculto sobre o consumo, um imposto que não aparece no recibo.

Por exemplo, as taxas aduaneiras impostas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump às importações mundiais de máquinas de lavar roupa resultaram num aumento de preço destes bens de cerca de 12%.

As últimas taxas sobre produtos chineses poderá custar à família americana média cerca de 1.000 dólares por ano.

De acordo com as previsões de crescimento do FMI, até 2020 as taxas aduaneiras já impostas ou anunciadas irão resultar num decréscimo de 0,8% do PIB global, ou seja, de cerca do equivalente à quota da Suiça.

O aumento dos preços tem um impacto negativo na base da economia americana porque o nivél de consumo desce. E as empresas são igualmente afectadas: perante um aumento de preços, reduzem as despesas, contratam menos e, em alguns casos, cortam também custos através de despedimentos.

"Estamos perante uma ameaça dupla ao multilateralismo, por um lado ao multilateralismo enquanto sistema de cooperação internacional, baseado no diálogo e na cooperação, mas também uma ameaça às regras específicas do comércio internacional que permitem restringir decisões unilaterais, não por uma questão de fraqueza mas porque a restrição é mutuamente vantajosa. Mas hoje a escolha que devemos fazer não é entre o multilateralismo ou o bilateralismo, essa dicotomia é errada. A escolha que devemos fazer é entre ordem e caos. O multilateralismo significa ordem, sistema, regras, previsibilidade e transparência. O unilateralismo significa o caos na economia."
Arancha González, Diretora do Centro do Comércio Internacional

De acordo com o Centro do Comércio Internacional, sediado em Genebra, o sistema de comércio internacional necessita de ser revisto. Há regras e práticas que têm de ser alteradas e modernizadas mas é preciso fazê-lo através do diálogo e da cooperação.

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