Intensificação de protestos tem como pano de fundo a morte de um ativista
A morte recente do proeminente ativista iraquiano Thaer al-Tayeb, anunciada esta terça-feira, enfureceu ainda mais os manifestantes antigovernamentais no país, que denunciam a corrupção generalizada e falta de serviços básicos.
No passado dia 15, uma explosão suspeita atingiu o carro onde al-Tayeb seguia, ferindo-o gravemente.
Após a confirmação do óbito, na noite passada, as sedes de duas milícias pró-Irão, no sul do Iraque, foram incendiadas.
Tal como Bagdade, várias cidades do sul do país são palco da revolta instalada há cerca de três meses.
Os manifestantes também bloquearam estradas na cidade de Basra.
À falta de acordo para nomear um primeiro-ministro, o Governo iraquiano está paralisado.
"O primeiro-ministro tem de ser do povo iraquiano. Os iraquianos são o maior bloco. Da praça Tahrir, de Kerbala e Najaf. Não al-Maliki, ou Hadi al-Ameri ou Qais al-Khazali, que são iranianos e seguidores do Irão", denuncia o manifestante iraquiano Mustafa Ali.
Em alguns protestos, que levaram à demissão do primeiro-ministro, as manifestações voltaram-se contra o Irão, predominantemente xiita. A República islâmica é acusada de dominar as cidades xiitas do Iraque e de influenciar o Governo iraquiano.
Desde o início das manifestações, no início de outubro, cerca de 460 pessoas morreram e mais de 20 mil ficaram feridas.
Os protestos persistem no terreno apesar da campanha que inclui mortes programadas e sequestros de ativistas. A ONU culpa as milícias.