Confrontada com racionamentos, população da cidade de Pernik está à beira do desespero
Na Bulgária, uma multidão de manifestantes - alguns deles vestidos a rigor - fez-se ouvir alto e bom som em frente ao edifício da Assembleia Nacional, em Sófia.
Protestaram contra a chamada crise da água, que fez cair o ministro do Ambiente, acusado de má gestão deliberada.
Neno Dimov arrisca oito anos de prisão se for considerado culpado por permitir o escoamento da água para instalações industriais, mesmo conhecendo o impacto na água potável disponível para cerca de 100 mil pessoas.
"Esta crise é o resultado de roubos contínuos. Percebe-se o que está a acontecer em todo o país. Os recursos financeiros e outros recursos são usados para benefício de pessoas específicas. Esta crise da água é inaceitável e não se pode dizer que é por causa do aquecimento global", lembrou Tatiana Hristova, em protesto.
Os habitantes da cidade industrial de Pernik, a 20 quilómetros da capital, exigem medidas urgentes de resposta ao que descrevem como crise humanitária.
Em protesto há várias semanas, alertam que o reservatório de Studena, a única fonte de abastecimento de água de Pernik, secará dentro de duas semanas.
Confrontados com racionamentos, também levantaram suspeitas de suborno e incompetência na origem da escassez histórica.
A oposição no parlamento apresentou uma moção, acusando o Governo de responsabilidade na crise. A votação será na quarta-feira mas tudo aponta para o fracasso devido à estreita maioria do executivo.