À terceira tentativa, o parlamento espanhol vai avançar para a discussão na especialidade da lei que vai regulamentar a eutanásia e suicídio assistido
Tal como em Portugal, em Espanha a eutanásia e o suicídio assistido estão no centro do debate político e da sociedade. O parlamento espanhol votou a favor da proposta de lei orgânica de regulamentação.
Lola Dorado, que sofre de uma leucodistrofia e é presidente da "ELA" - Associação Europeia Contra as Leucodistrofias - da Estremadura, reivindica o direito a um fim de vida com dignidade: "Acredito na liberdade das pessoas poderem escolher ter uma morte digna. Claro que dou prioridade a que tenham uma vida digna - a ambas as coisas. Mas não me agrada que isto assuma posturas de direita ou de esquerda. Estes temas não têm de ser politizados. Pode-se ter uma tendência política e acreditar que isso não é vida. A minha postura é respeitar ambas as opiniões. Acho que é bom que exista uma lei para que as pessoas tenham liberdade para decidir".
O projeto de lei será debatido na especialidade antes de ser submetido a uma votação final e esperam-se grandes confrontos de opinião. As duas tentativas anteriores de alterar a lei em Espanha falharam.
A lei atual pune com 10 anos de prisão quem ajudar alguém a acabar com a vida. Mas uma sondagem de 2018 revelava que 84% dos espanhóis e 70% dos médicos defendem a eutanásia.
A eutanásia envolve um médico que assume um papel ativo no fim da vida de um paciente, enquanto no suicídio assistido o médico fornece uma substância letal para que o paciente se administre a si próprio.