Os conservadores devem ganhar as eleições legislativas deste sábado, na Eslováquia. A extrema-direita pode surpreender e chegar ao segundo lugar.
Os eleitores da Eslováquia vão no sábado às urnas, para escolherem um novo parlamento, do qual sairá o próximo governo.
Tudo indica que o Partido Conservador, OlaNO, será o mais votado, num país desencantado com a classe política.
Os eleitores reparam-se para enviar um cartão vermelho aos sociais-democratas do SMER, que governa o país desde 2012 e se viu envolvido em vários escândalos nos últimos anos.
A crer nas sondagens, o SMER não irá além da segunda posição com pouco mais de 15%. A esta projeção não será alheio o facto de o líder, Robert Fico, ter radicalizado o discurso e o partido, nas pisadas de Viktor Orban.
As divisões nas forças da oposição podem ser favoráveis à extrema-direita. O Partido Popular - Nossa Eslováquia, poderá alcançar a terceira posição no parlamento, com cerca de 10% dos votos.
Marian Kotleba aproveita o desencanto e o desnorte social-democrata para ganhar a confiança dos eslovacos. Há mesmo quem aposte que o partido poderá chegar ao segundo lugar.
A analista política Olga Gyarfasova, professora do Instituto de Estudos Europeus e Relações Internacionais da Universidade Comenius ajuda-nos a perceber quem são os eslovacos que votam na extrema-direita: "Não são apenas aqueles que são económica ou socialmente desfavorecidos, mas também aqueles que estão realmente bem. Há ainda o protesto e a raiva contra a elite política. É a elite política tradicional que torna este partido tão bem sucedido", afirma.
Para os jovens eslovacos, muito mais do que a tradicional escolha dos partidos, o que conta são as políticas. Um estudante universitário diz que "votará provavelmente em pessoas capazes de melhorarem os sistemas de educação e saúde".
Outra jovem afirma: "Enquanto estudante universitária, para mim os temas mais importantes estão relacionados com a educação, o extremismo e a corrupção. Quando eu votar, terei em consideração estes tópicos: quem lutará contra a corrupção, contra o extremismo e por uma melhor educação".
A repórter da Euronews, Beatrix Asboth, faz a síntese do que está em causa nesta eleição:
"Na história da Eslováquia independente esta será a oitava eleição parlamentar. Mais de 4 milhões de pessoas têm direito a votar. Uma das principais questões é se a extrema-direita ganhará o segundo lugar, como previam as sondagens, ou se os partidos liberais e a sociedade civil poderão motivar os seus eleitores contra a extrema-direita.