Itália reagiu tarde e continua a correr atrás do problema. Médico em Brescia envia alerta para países como Portugal
Itália voltou a sofrer um agravamento no balanço de casos de Covid-19. Em apenas 24 horas surgiram mais de 3.000 novas infeções e mais 345 mortos naquele que é já há semanas o país com mais casos positivos depois da China, o epicentro da pandemia deste novo coronavírus.
Ao todo, Itália tem agora mais de 26 mil casos ativos, 2500 mortes, contando, por outro lado, com quase 3.000 pessoas recuperadas da infeção.
A província de Brescia tornou-se na segunda com mais infeções, atrás de Bérgamo, ambas na Lombardia, a região mais afetada em Itália.
Um dos médicos na linha da frente do combate ao Covid-19 em Brescia envia uma mensagem a países como Portugal, onde o surto está ainda no início, para se agir rapidamente antes que o problema se torne incontrolável.
"O importante é antecipar e isto significa criar estruturas e postos de cuidados intensivos. O que aqui estamos a fazer, e que nos está a salvar, é encerrar salas de operação, reduzir as cirurgias e recuperar material e pessoal para os cuidados intensivos", explicou Sergio Cattaneo.
França foi a porta de entrada deste novo coronavírus na Europa através de turistas chineses. Apesar de ser um país vizinho e igualmente dado ao turismo asiático, Itália reagiu tarde ao surto e rapidamente se tornou no país com mais casos positivos e mortes fora da China.
As medidas de contenção começaram a ser implementadas na segunda metade de fevereiro na Lombardia, a região mais afetada. Em quarentena há quase um mês, a idade de Lodi já está a conseguir estagnar a contaminação, mas o Covid-19 continua forte e a matar na "bota" transalpina.
Itália continua a correr atrás do problema, mas não é caso único no mundo.
No Médio Oriente, encontramos o terceiro país do mundo com mais infeções e mortes associadas à presente pandemia: o Irão.
Com quase 10.000 casos ativos e um milhar de mortos associados à pandemia, o regime persa teve também de recorrer aos militares nesta "guerra mundial" contra a Covid-19.