Pandemia não deve prejudicar aposta no pacto ecológico

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De  Isabel Marques da SilvaGregoire Lory
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A Covid-19 trouxe a certeza de uma recessão quase sem precedentes, exigindo muito investimento na saúde e na segurança social. Mas as instituições europeias insistem que o pacto ecológico deverá estar base do plano de recuperação económica.

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Antes da pandemia, a receita da União Europeia para o progresso baseava-se em investimentos num pacto ecológico e na digitalização para travar as alterações climáticas e fazer crescer a economia.

A Covid-19 trouxe a certeza de uma recessão quase sem precedentes, exigindo muito investimento na saúde e na segurança social.

Num tweet recente, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, recordou a prioridade de atingir a neutralidade em emissões de carbono até 2050.

O Parlamento Europeu também mantém que o pacto ecológico deve alavancar o plano de recuperação económica.

"A crise climática não desapareceu com a Covid-19. Pelo contrário, devemos matar dois coelhos com uma cajadada, ou seja, usar o pacto para relançar a economia europeia, porque precisamos de criar muito emprego. Devemos fazê-lo dando prioridade aos setores que possam fornecer soluções para a crise climática ", defendeu Pascal Canfin, eurodeputado liberal francês, em entrevista `a euronews.

Para este eurodeputado que preside à comissão parlamentar de Ambiente serão necessários 300 mil milhões de euros em investimentos públicos, nos próximos dois anos.

A reconversão automóvel

A indústria automóvel diz que quer participar no pacto, mas os seus esforços centram-se, agora, na sobrevivência imediata do setor.

"Se não sobrevivermos haverá um risco maior para o pacto. Se o mercado automobilístico europeu não resistir, vamos ter um fluxo de importação de carros mais poluentes vindos dos EUA, da China ou da Ásia em geral, a última coisa que queremos. Vamos trabalhar como o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, sobre como fortalecer o mercado europeu e a indústria automóvel europeia", afirmou Eric Mark Huitema, diretor-geral da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

Divisão sobre orçamento da União Europeia

Para dinamizar a economia, o bloco comunitário definiu um pacote inicial de estímulos no valor de 540 mil milhões de euros, que poderá ter de ser revisto em alta face aos riscos de alto endividamento dos governos.

O próximo orçamento da União Europeia para 2021 a 2027 será um dos instrumentos para dinamizar a economia.

Há muito tempo que os Estados-membros estão divididos sobe esse orçamento, que será um dos temas da cimeira da União Europeia, por videoconferência, quinta e sexta-feira.

"Um orcamento plurianual ambicioso não pode ter o grau de contenção como aquele que foi apresentado mais recentemente, era uma espécie de austeridade suspensa. Teria de ser um orçamento com linhas muito claras resultantes de uma posição europeia comum sobre como investir o dinheiro. Terão de estar dipostos a quebrar o atual impasse sobre os montantes e, em tempos de crise, não se pode ser frugal ", defendeu  Ronan Palmer, especialista em energia renovável, no centro de estudos E3G.

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