Grávidas ponderam partos em casa face aos riscos da pandemia

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De  Isabel Marques da SilvaJack Parrock
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Os riscos da Covid-19 para a saúde e o impacto que a pandemia teve no sistema hospital de muitos países, implicou que muitas grávidas tenham de dar à luz sem os companheiros e outros familiares por perto.

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O bebé Acer nasceu há poucas semanas num mundo em mudança devido à pandemia da Covid-19. O parto do segundo filho da família Howick foi em casa depois de ponderados os riscos entre essa opção e a ida para a maternidade, como aconteceu no caso do irmão mais velho.

"O parto do primeiro bebé foi muito rápido e fácil e muita gente sugeriu que eu considerasse fazer o parto do segundo em casa. Mas como tivemos uma experiência tão boa com a parteira no hospital, tivemos de ponderar por qual dos dois optar", disse Claire Howick, que vive no Reino Unido.

A ideia de usar uma piscina de parto e todas as implicações que a opção teria, também, no cuidado do irmão Sebastian, com apenas 21 meses de idade, foram fatores cuidadosamente analisados.

Os riscos da Covid-19 para a saúde e o impacto que a pandemia teve no sistema hospital de muitos países, implicou que muitas grávidas tenham de dar à luz sem os companheiros e outros familiares por perto.

É nisto que pensa Laura Peters, que vive na Alemanha, e que se está a preparar par a hipótese de ter o parto do primeiro filho em casa. O nascimento deverá ocorrer em julho e a presenca do pai do bebe é muito importante.

"Eu não quero estar num lugar onde apenas veja pessoas que não conheço. Sinto-me um pouco desconfortável, porque o parto é uma situação pela qual nunca passei. Fico muito desorientada só de pensar que tenho de estar lá sózinha", disse Laura Peters.

Os cuidados de saúde são uma política soberana de cada Estado-membro da União Europeia, tendo capacidades e normas distintas.

A Associação Europeia de Parteiras (AEP) defende que cada parto é diferente e que requer consulta personalizada.

“A questão realmente importante é que que as grávidas, as parteiras e a restante equipa da maternidade tenham um bom relacionamento e possam comunicar bem uns com os outros, que haja um diálogo sobre as opções e as preocupações", disse Mervi Jokinen, presidente da AEP.

A família Howick levou o bebé Acer aos hospital cerca de 12 horas após seu nascimento para ter uma primeira consulta.

Algumas semanas depois, Claire Howick regressou ao hospital com suspeitas de poder ter contraído a Covid-19: “Estava um dia quente, mas eu tremia e tive uma tosse ligeira. Verifiquei a minha temperatura e era de 38 e pouco. Fiquei a pensar que não era bom sinal", recorda.

Claire Howick não tem a doença e já está melhor, mas muitas grávidas continuam a ter uma pressão adicional sobre a segurança do parto em tempos da pandemia de Covid-19.

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