Máscaras "Made in Gaza" em Israel

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Direitos de autor AP Photo/Adel Hana
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De  Teresa Bizarro
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Fábricas de confeções palestinianas exportam para todo o mundo e têm os vizinhos israelitas entre os melhores clientes

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E se em Israel encontrar máscaras com etiqueta "Made in Gaza", isso é um sinal dos tempos. O território palestiniano está há muito em isolamento forçado, entricheirado entre Israel, o Egipto e o Mediterrâneo. Tem nesta altura uma das mais baixas taxas de incidência de Covid-19. Apesar de ter um tecido industrial praticamente destruído, a crise mundial abriu uma oportunidade para pequenos empresários: várias empresas de confeção estão a produzir máscaras para o mundo inteiro.

Ismael Jahjouh conta que nesta oficina se produzem 5000 máscaras e 500 fatos de proteção por dia. A pequena fábrica "estava fechada", mas agora já pensa em "produzir muito mais".

Com dois milhões de habitantes e cerca de 500 infetados com o novo coronavírus, Gaza não aplicou ainda qualquer plano de contingência para travar a doença. O estado de sítio que se vive no território é bastante mais antigo que a Covid-19.

Al Raouf Abu Asi é alfaiate e diz que a profissão tinha praticamente acabado por causa do conflito israelo-palestiniano. Sublinha que agora Israel é um dos principais destinos da roupa de proteção que confeciona.

O início do Ramadão fez regressar a Gaza muitos palestinianos do Egito e teme-se que os números a doença possam disparar.

Em termos sociais, Gaza acabou por sofrer o impacto da paralisação dos mercados regionais. Os tarefeiros ficaram sem trabalho. De acordo com Abu Mudalala, professor de Economia na Universidade de Al-Azhar, a taxa de desemprego está nos 70 por cento.

As Nações Unidas já alertaram para a fragilidade do território face à pandemia. O território tem apenas 87 camas de cuidados intensidos e estima-se que a resposta clínica se esgote com 2 mil doentes. À crise social e económica pode juntar-se uma catástrofe humanitária.

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