Vladimir Putin anuncia que o país vai regressar ao trabalho no dia em que o país ultrapassa a Itália no número total de casos de covid-19
A Rússia tem carta-branca para regressar ao trabalho já esta terça-feira. O anúncio de Vladimir Putin colocou um ponto final a seis semanas de confinamento mas apenas de forma condicional, uma vez que o Presidente russo deixou nas mãos de cada governo regional a gestão do processo e o levantamento de restrições.
Putin sublinhou que a luta contra a covid-19 era para continuar e vangloriou-se do trabalho já efetuado:
"Estas medidas extraordinárias permitiram-nos travar o avanço da epidemia e dessa forma ganhar algum tempo. Graças a estas medidas, que foram adotadas antecipadamente, conseguimos salvar, e posso dizê-lo sem qualquer exagero, conseguimos salvar vários milhares de vidas."
A decisão de Putin contrasta com a frieza dos números. Esta segunda-feira, a Rússia registou um recorde de casos diários, com 11 656 novas infeções em 24 horas. O país tem agora mais de 220 mil casos de covid-19 documentados, tendo ultrapassado a Itália no total de doentes.
O número de mortes é ligeiramente superior a dois mil, mas uma reportagem da Novaya Gazeta, que comparou as mortes mensais com a média dos anos anteriores, sugere que o número real pode ser três vezes superior.
O próprio presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, já tinha admitido que o número de casos na capital podia ser até três vezes superior aos números oficiais.