Plano de 500 mil milhões de euros divide Europa

Angela Merkel e Emmanuel Macron uniram esforços para tentar salvar a economia europeia mas nem todos aceitam a solução proposta. O plano de relançamento de 500 mil milhões de euros, destinado à recuperação económica dos países mais devastados pelo surto de covid-19, não teria de ser reembolsado pelos beneficiários.
Para os críticos, como o chanceler austríaco Sebastian Kurz, o ponto da discórdia é precisamente esse:
"O nosso objetivo é dar o maior impulso possível à economia europeia e reduzir as regulamentações para que a Europa seja um local de negócios competitivo no cenário internacional. Claro que estamos solidários e queremos apoiar países como Itália, Espanha ou França, que foram fortemente atingidos pela crise. Mas para nós, a ajuda deve ser feita com empréstimos e não com a mutualização das dívidas."
O debate deixa bem claro que a União Europeia não é assim tão unida, pelo menos no que diz respeito à retoma económica. Para o ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe, essa desunião é a última coisa que a Europa precisa neste momento:
"Seria uma grande dificuldade para o projeto europeu se as lacunas ou as divergências existentes no seio do projeto fossem exacerbadas pelo impacto da covid na economia europeia. Penso que é daí que podem surgir os grandes desafios para a Europa nos próximos anos."
O plano de Merkel e Macron apresenta-se como uma parte central do futuro orçamento da União Europeia, ainda a ser negociado. Teria uma duração limitada mas há ainda muitos detalhes que permanecem desconhecidos. As dúvidas serão desfeitas a 27 de maio, quando a Comissão Europeia apresentar o seu plano de recuperação económica.