A produção e o preço para exportação registam quebras significativas em 2020 face ao ano anterior.
A pandemia de covid-19 está a ter um impacto significativo no petróleo de Angola, tanto ao nível da produção, como no preço médio para exportação, segundo um estudo hoje divulgado pelo Banco Fomento Angola.
"Com o cancelamento ou adiamento dos novos investimentos planeados para este ano, o BFA espera que a produção média anual seja de 1,3 milhões de barris por dia, uma queda de mais de 5%, e que compara com a expectativa inicial de cerca de 1,39 milhões de barris", lê-se num relatório sobre os mercados angolanos.
No documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas do BFA escrevem que "de janeiro a abril deste ano as exportações de crude estabilizaram nos -0,2% quando comparadas com o mesmo período do ano passado, para uma média de 1,39 milhões de barris por dia".
A grande diferença, sublinham, está no valor das exportações, que caiu para metade nos primeiros meses do ano, com Angola a exportar cerca de 1,44 milhões de barris em abril, uma subida de 3,5% face a abril de 2019.
"O preço médio de exportação, no entanto, caiu para 29,6 dólares por barril, ou seja, menos 55% do que em abril de 2019, uma queda em linha com o efeito da covid-19 nesta matéria-prima", lê-se no relatório.
"Com o declínio do preço, as receitas caíram 53,5% face ao período homólogo, para 1,32 mil milhões de dólares [1,2 mil milhões de euros]", sustenta o documento.
A produção de petróleo em Angola mantém-se num ritmo mais lento, com as atividades de prospeção praticamente paradas devido aos receios de propagação da covid-19 por parte dos operadores no país.