Atuação dos governos na gestão da crise sanitária divide franceses, alemães e italianos

A ameaça da covid-19 motivou respostas diferentes por parte dos diferentes países europeus e os resultados foram naturalmente diferentes. Essa diferença também se reflete na opinião pública, como o prova uma sondagem realizada pela Redfield and Wilton para a euronews, tendo por base os eleitores de França, Alemanha e Itália.
Os franceses apresentam-se como os mais críticos relativamente à atuação do governo, com 63% dos inquiridos a criticar a gestão da crise efetuada pelo executivo de Emmanuel Macron. Ao invés, 78% dos alemães elogia a atuação do governo de Angela Merkel, em Itália a maior parte dos italianos também mostrou estar do lado de Giuseppe Conte.
As primeiras medidas até se tinham traduzido num aumento da popularidade para os três chefes de governo mas no caso de Macron, o arrastar da crise traduziu-se num desgaste da imagem. Apenas 6% dos franceses mostrou um apoio forte à gestão do seu chefe de Estado durante a pandemia e 49% classificou-a de negativa.
O contraste volta a surgir da Alemanha, com mais de 70% a dar nota positiva a Merkel. Os italianos foram mais comedidos, ainda assim, Conte mereceu o apoio de mais de metade dos inquiridos.
A principal preocupação da população também varia de país para país. Quase setenta por cento dos franceses diz estar preocupada sobretudo com a saúde pública, um receio partilhado por sessenta por cento dos alemães. Já em Itália, um dos países que mais sofreu com a covid-19, a maior parte dos inquiridos admite que está mais preocupada com o impacto económico da epidemia.
Um ponto onde os eleitores dos três países parece estar de acordo prende-se com a gestão do espaço nacional. O encerramento das fronteiras foi bem visto por franceses, alemães e italianos e cerca de um terço mostrou mesmo um forte apoio à medida, considerando-a crucial para a segurança do país. Os críticos oscilaram entre os 8% e os 12% dos inquiridos.
A divisão da Europa ficou bem patente na sondagem. Cabe aos governos encontrar um consenso, ao mesmo tempo que procura um equilíbrio entre o estímulo da economia e a prevenção de uma segunda vaga de covid-19.