Tribunal limita indemnizações no caso dos implantes PIP

Tribunal limita indemnizações no caso dos implantes PIP
Direitos de autor Euronews
Direitos de autor Euronews
De  Isabel Marques da SilvaJoanna Gill
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O tribunal considerou que o seguro da PIP, fabricante francesa dos implantes mamários em causa, não pode ser aplicado noutros países.

PUBLICIDADE

Existem 400 mil mulheres, em 65 países, com implantes mamários que poderão pôr a sua saúde em risco porque em vez de silicone são feitos de gel industrial para colchões.

Mas o Tribunal de Justica da União Europeia decidiu, quinta-feira, que apenas as vítimas francesas da fraude poderão, eventualmente, receber indemnizações.

O tribunal considerou que o seguro da PIP, fabricante francesa dos implantes mamários em causa, não pode ser aplicado noutros países.

O caso em julgamento tinha por base a queixa de uma cidadã alemã e a decisão deixou indignadas algumas vítimas desta fraude descoberta há uma decada.

"Podem ser mulheres britânicas, francesas ou norte-americanas a usar estes implantes, mas eles foram produzidos na mesma empresa e, portanto, deveriam compensar todas as vítimas da mesma maneira", disse a britânica Sarah Hart, que usa estes implantes, em entrevista à euronews.

A empresa PIP exportou quase 90 por cento da sua produção para o estrangeiro, pelo que a maioria das vítimas não vai ser ressarcida.

Para o advogado que as representa, a decisão do tribunal deixa muitas mulheres desprotegidas em caso de doença.

"Temos casos extremamente graves de mulheres que sofreram cancros linfáticos. O gel industrial usado pela PIP pode entrar no sistema linfático sem que a pessoa se aperceba e pode ter impactos ao fim de 10, 20 ou 30 anos. O que é preocupante é que, há medida que os anos passam, vão aparecendo sintomas extremamente inquietantes. Isso faz-nos pensar que o gel usado pela PIP é potencialmente perigoso", explicou o advogado Olivier Aumaître.

Há outro processo que ainda segue o seu curso, mas esta decisão desmoralizou muitas vítimas que esperavam a aplicação da lei comunitária de forma transfronteirica, pelo menos nos países da União Europeia, tendo em conta que a empresa está sedeada num dos seus Estados-membros.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Tribunal de Justiça da UE repreende tribunal alemão

Escândalo das próteses mamárias PIP volta a tribunal

Cancros da mama com deteção precoce poderão dispensar quimioterapia