Sérvios reconduzem ao poder partido do presidente

Os sérvios mantiveram a confiança em Aleksander Vucic. O partido do presidente obteve pouco mais de 60 por cento dos votos numa eleição parlamentar marcada pelo boicote dos principais partidos da oposição e pela covid-19.
Este foi o primeiro escrutínio legislativo na Europa desde o início pandemia. A gestão da crise beneficiou o chefe de Estado, o país conta 261 mortos até ao início do sufrágio.
No momento do voto, Vucic elogiou a forma democrática como estava a decorrer o ato eleitoral. Mas a falta de condições democráticas foi a razão evocada pelos principais partidos da oposição para boicotar as eleições legislativas, ao acusar o partido de centro-direita, no poder há oito anos, de dominar o campo mediático e de distorcer a paisagem democrática.
Menos de 50 por cento dos eleitores acorreram às urnas para manter no poder o partido de um presidente que mantém laços fortes com a Rússia e com a China mas que é visto nas chancelarias europeias como capaz de resolver a questão do Kosovo.
Apesar do boicote e da abstenção, vários eleitores deslocaram-se às urnas com a esperança de que o presidente seja capaz de devolver o poder às instituições, em vez de o guardar nas mãos dos homens.
Na Sérvia o papel constitucional do presidente é, em princípio, cerimonial. Mas Aleksander Vucic é quem, de facto, toma as decisões e lidera o executivo deste país de quase sete milhões de habitantes, sem contar com o Kosovo, onde a comunidade sérvia também votou.