Cerca de 70 migrantes chegaram ao porto italiano de Pozzallo, na Sicília
Trazer para terra e em segurança os migrantes resgatados no mediterrâneo é o desafio de muitas ONGs, mas agora, em plena pandemia, a tarefa tornou-se mais difícil.
Se por um lado os portos de mar da Europa foram encerrados pela emergência sanitária, por outro a pandemia não abrandou a saída de migrantes do norte de África, que agora, se veem sem trabalho até na área que criava alguma riqueza em alguns países, o turismo.
Com a pandemia, também no mar as regras são outras. O navio "Mere Lono" atarcou na Sicília com 67 migrantes. Seguiu o protocolo fornecido pelo governo italiano neste que foi o primeiro resgate da ONG pós-covid-19.
A representante da ONG explica que as regras não são muito diferentes das regras aplicadas num hospital. Luvas, viseiras e máscaras a todos os que estão a bordo. Alessandra Sciurba admite no entanto que o mais difícil em alto mar é respeitar o distanciamento social com quase 70 pessoas a bordo.
As partidas da Líbia aumentaram em comparação com o mesmo período do ano passado, mas ainda é cedo para estabelecer um vínculo com a pandemia. O que é certo é que o confinamento não evitou que muitos tentassem uma vida melhor, a caminho da Europa.
O Diretor do Gabinete de Coordenação para o Mediterrâneo em Itália admite que durante o período de paragem de resgate por parte das ONGs os migrantes continuaram a sair dos países de origem em grande escala, o que, segundo o responsável, prova que a motivação destas pessoas não passa pelo resgate, mas sim pela vida que esperam encontrar do outro lado.
Alessandra conta que ao informar os migrantes da quarentena obrigatória de 14 dias, o silêncio foi explicito. Para a responsável, a vontade de sair compensa quem chega aos portos europeus.
Os navios de resgate estão de volta ao alto mar, agora, com um futuro mais incerto quanto à politica de acolhimento na união europeia, numa europa confinada.