Tóquio 2020: Cidades anfitriãs já acolhem atletas

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A pandemia de covid-19 obrigou ao adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, mas as cidades de acolhimento continuam a viver em função do evento e a promover a hospitalidade do país. #Spotlight

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No Japão, apesar de os Jogos Olímpicos só se realizarem daqui a pouco mais de um ano, muitas cidades estão já a reforçar os laços com o resto do mundo.

Devido à pandemia de covid-19, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio foram adiados para 2021. No entanto, os organizadores estão interessados em prosseguir os programas de intercâmbio que deviam decorrer antes dos Jogos, incluindo a iniciativa da cidade anfitriã.

A vida está a mudar. Tenho treinado em condições muito difíceis (...) por isso estou a viver um mundo novo, muitas coisas, é um momento bom para mim"
Michael Machiek Ting Kutjang
Atleta paraolímpico do Sudão do Sul

Mesmo após o adiamento, o diretor-geral do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, Toshiro Muto, assegura os esforços da organização para que o evento decorra no próximo verão. "Embora tenhamos muitos desafios pela frente, continuamos a trabalhar arduamente para que possamos acolher os atletas que estão a treinar para o próximo ano. Esperamos que os Jogos sejam um símbolo da recuperação alcançada, graças à coragem e solidariedade das pessoas em todo o mundo", afirma.

Maebashi, a casa do Sudão do Sul no Japão

Maebashi é uma das centenas de localidades japonesas a demonstrar solidariedade internacional. Enquanto algumas cidades anfitriãs organizam intercâmbios culturais ou económicos, esta cidade tem acolhido atletas do Sudão do Sul que não puderam treinar em casa devido ao conflito no país e à falta de instalações.

Os jovens atletas estão a treinar na cidade japonesa desde novembro e foram convidados a ficar, apesar do adiamento dos Jogos Olímpicos. Todos os custos são financiados por donativos de cidadãos japoneses.

Fora dos treinos, há ainda tempo para irem à escola e aprenderem a língua japonesa.

Para Michael Machiek Ting Kutjang, atleta paraolímpico do Sudão do Sul, a solidariedade do Japão permite-lhe manter os sonhos vivos.

"A vida está a mudar. Tenho treinado em condições muito difíceis (...) por isso estou a viver um mundo novo, muitas coisas, é um momento bom para mim".

Muitos habitantes de Maebashi estão a oferecer os seus préstimos. 

Hiroshi Yoshino é treinador de profissão e está a colaborar como voluntário na preparação dos Jogos. "O meu trabalho como professor tinha acabado de terminar, por isso concordei em ajudar os atletas do Sudão do Sul", explica.

A população local está a fazer melhor que pode para ajudar os atletas a sentirem-se em casa. Uma das iniciativas foi a criação de t-shirts de apoio. 

Shohei Sato, diretor do Comité de Apoio ao Sudão do Sul, conta que o fizeram "para que os atletas do Sudão do Sul que vivem em Maebashi não se sintam sós, ou tristes, e para que possam sentir o encorajamento de toda a comunidade".

Yamada-Machi, cidade "Arigato"

A pequena cidade marítima tem uma longa história com os Países Baixos que remonta ao século XVII, desde que um navio holandês se despenhou junto à costa, sendo ainda hoje conhecida como "Oranda Jima" ou "Ilha Holandesa".

Yamada Machi foi devastada pelo terramoto e tsunami de 2011. Para agradecer ao mundo a ajuda que recebeu para a reconstrução, nomeadamente dos Países Baixos, foi classificada cidade de acolhimento "Arigato”, (do original “Arigato Host Town for Supporting Reconstruction"). 

Recentemente, a cidade recebeu atletas de karaté holandeses, porque, de acordo com o autarca local, Shinitsu Sato, havia a vontade de "expressar a (...) gratidão pelo apoio" recebido do mundo inteiro. 

Tradição de receber

Tal como já foi possível ver durante o recente Campeonato do Mundo de Râguebi, os habitantes de Yamada estão a usar o desporto como uma oportunidade para partilhar com os visitantes a hospitalidade japonesa.

Um dos exemplos é o ritual conhecido como "omotenashi", a cerimónia tradicional do chá, que dá vida à antiga tradição japonesa de acolhimento, onde o anfitrião está atento às necessidades do convidado.

"Nós purificamo-nos perseguindo pensamentos incoerentes para nos tornarmos uma pessoa que sente o que os convidados pensam e nos apercebermos das dificuldades que têm", explica Sohen Yamada, grande mestre da Escola de Chá Sohen.

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