Brasil ultrapassa os dois milhões de infetados por Covid-19

Com quase 44 mil novos doentes e 1300 mortes em 24 horas, o Brasil ultrapassou esta quinta-feira o marco dos dois milhões de infetados pelo surto do novo coronavírus. Números negros apenas superados pela contabilidade dos EUA, de acordo com a universidade Johns Hopkins.
AS vítimas mortais no Brasil já são mais de 76 mil. Parte da população aponta o dedo a Brasília, pela postura das autoridades face à crise.
"A economia do país é importante? Sim. Mas penso que, independentemente da crise, é nos momentos de crise que se cresce. Penso que [as pessoas e o governo] deveriam ser mais humanos, porque enquanto o problema não nos bate à porta somos indiferentes. Mas a partir do momento que nos bate à porta é muito difícil", sublinhou Michelle Caverni, familiar de uma vítima mortal de Covid-19.
O vírus também bateu à porta de Jair Bolsonaro e entrou, sem pedir licença, na vida do presidente do Brasil.
Esta quarta-feira, Bolsonaro testou novamente positivo num teste à Covid-19.
"Espero fazer um novo exame nos próximos dias para, se possível, voltar à atividade", referiu o presidente do Brasil, durante uma cerimónia de hasteamento da bandeira em Brasília.
O presidente, que no início da pandemia apelidou a Covid-19 de "gripezinha", é o mesmo que agora se pronuncia sobre a gravidade da situação.
No Rio de Janeiro, as autoridades limpam as ruas, inibem os banhos de sol na praia e tentam educar a população para o uso de máscaras, mas a incúria de alguns residentes continua a ser o pior remédio.
Os estados do centro e sul do Brasil ainda não atingiram o pico. Só no norte o vírus começa a dar tréguas. São Paulo e Rio de Janeiro têm as situações mais graves.