Há clivagens profundas no seio da União Europeia

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Direitos de autor STEPHANIE LECOCQ/AFP
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Analistas aceditam que esta cimeira europeia mostrou tensões e divergências profundas, que podem deixar marcas políticas que afetem o futuro da União.

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Esta cimeira europeia em Bruxelas tem sido caraterizada por divergências profundas e amargas.

Desde o primeiro dia que a tensão tem marcado presença nas mesas das conversações e muito se tem dito sobre o papel do primeiro-ministro dos Países Baixos, que já lhe valeu o cognome de Senhor "Não".

"O que preocupa antes de mais Mark Rutte é a sua reputação na Holanda. Há eleições dentro de 8 meses e ele tem uma clara maioria, todas as sondagens de opinião mostram que a população holandesa está em larga maioria a apoiá-lo nestas questões. Por isso, a minha aposta é que ele se manterá firme e que será bastante difícil de mover. É claro que, a dada altura, ele também terá de se comprometer", diz o eurodeputado conservador, Johan Van Overtveldt

Viktor Oban é mais direto: "Não gosto do joguinho das culpas, mas o senhor holandês é o principal responsável pela confusão que aqui temos", afirmou.

Mas o primeiro-ministro húngaro está também entre os que põem areia na engrenagem ameaçando vetar um acordo que faça depender a atribuição dos fundos do respeito pelo estado de direito.

A história da UE tem sido marcada por cimeiras de crise, caracterizadas por uma retórica feroz e longas noites de discussões. Em 2000, as conversações em Nice, sobre alterações aos tratados e as questões do alargamento arrastaram-se para quatro dias.

No passado, o bloco europeu resistiu, em grande parte, às tempestades, mas será o mesmo desta vez?

Eric Maurice, responsável em Bruxelas, pela Fundação Robert Schuman, não está muito otimista:

"Estou mais pessimista em relação à atmosfera que permanecerá depois disso. Sabemos que outras crises virão e vemos que, a cada nova crise, é mais difícil estar no mesmo comprimento de onda, entre, naturalmente - norte e sul, leste e oeste - e agora entre países maiores e mais pequenos. E a pressão doméstica também é bastante forte sobre os líderes e isso não ajuda a encontrar compromissos rápidos".

Estas conversações põem a nu uma desconfiança tóxica entre os líderes da UE, e podem deixar feridas políticas duradouras ou mesmo incuráveis.

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