Violência policial na Bielorrússia

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Direitos de autor Markus Schreiber/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Patricia Tavares
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Detidos nos distúrbios após eleições sofrem condições desumanas nas prisões.

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A ONU condenou a violenta repressão das autoridades da Bielorrússia contra os manifestantes depois do Presidente Alexander Lukashenko ter declarado uma vitória esmagadora nas eleições. Grupos de direitos humanos no país denunciam as “condições desumanas” a que os detidos durante os distúrbios estão sujeitos - relatam que a polícia bate nos manifestantes “antes, durante e depois da detenção”.

Os nomes das pessoas desaparecidas são lidos em voz alta em frente a uma prisão de Minsk, onde as famílias esperam por notícias dos entes queridos. São nomes de pessoas, apanhadas na repressão policial na Bielorrússia depois do presidente Alexander Lukashenko ter declarado vitória nas eleições de domingo.

Segundo relatos, os detidos Bielorrússia são vítimas de violência policial. Vídeos e fotografias de abusos físicos contra aqueles que saíram às ruas inundaram as redes sociais. Organizações de direitos humanos no país denunciam as “condições desumanas” dos detidos durante os distúrbios - dizendo que a polícia bate nos manifestantes “antes, durante e depois da detenção”.

Numa cela com capacidade, normalmente, para 5 ou 7 pessoas. Colocam 50/70 pessoas. Estão todos de pé e não podem sentar. Não há água suficiente. Sofrem violência física. São espancados quando são detidos, são espancados quando são levados até à esquadra local, são espancados nas prisão e quando são libertados.
Ales Belyatski
Organização "Vyasna"

Inna Dobrotvor testemunhou o abuso. A professora de inglês foi detida no dia das eleições no país, quando tentava ao fazer uma reclamação junto de uma comissão eleitoral local exigindo uma recontagem dos votos. Acabou por passar dois dias presa e assistiu à chegada manifestantes capturados em massa.

Eles são despidos no vestiário, nem os sapatos podem guardar... Depois, são obrigados a andar pelo corredor com as roupas na mão e a ajoelharem-se de frente para a parede. Se reclamam são espancados.
Inna Dobrotvor
Professora

O presidente da Bielorrússia, Aleksander Lukhashenko, afirmou que os que se manifestam contra ele têm "longos antecedentes criminais". Mas o recurso à força policial para dispersar os manifestantes gerou polémica em todo o mundo.

Para a ONU, o uso da força por parte das autoridades bielorrussas deveria ser uma opção de último recurso e aUE condenou o que descreveu como sendo violência “desproporcional e inaceitável” contra manifestantes pacíficos e apelou à libertação imediata dos detidos. Por enquanto, estes apelos não surtiram efeito, para o desespero de quem não tem outra escolha a não ser esperar.

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