Primeiro-ministro Giuseppe Conte no funeral de Willy Monteiro Duarte

O primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, vai estar presente este sábado no funeral de Willy monteiro Duarte, o jovem italiano de 21 anos, descendente de cabo-verdianos, assassinado violentamente no passado fim de semana nos arredores de Roma.
O funderal vai decorrer em Paliano, cidade onde a vítima vivia com os pais e a irmã, Milena.
Milhares pessoas, incluindo o embaixador caboverdiano em Itália, participaram quarta-feira à noite numa manifestação em Paliano, pedindo justiça pela morte de Willy.
O jovem nascido em Roma é filho de imigrantes cabo-verdianos a residir há 30 anos em Itália.
Há pouco tempo, o jovem tinha interrompido o sonho de se tornar futebolista e um dia representar a AS Roma, tendo enveredado por uma formação no ramo hoteleiro e trabalhava como ajudante de cozinha num hotel de Artena.
O clube do treinador português Paulo Fonseca prestou homenagem ao malogrado "tiffoso" numa partida de pré-temporada jogada terça-feira diante do Frosinone, oferecendo à irmã de Willy uma camisola autografada por todo o plantel.
Esta quinta-feira, a AS Roma decidiu dedicar a Willy Monteiro Duarte a presente temporada do projeto "A Escola de Tifo", numa iniciativa para reforçar a promoção do respeito mútuo e a tolerância, depois de nos últimos dois anos ter usado esta inicativa para promover a luta contra o "bullying" e o "ciberbullying".
O crime aconteceu na noite de sábado para domingo, junto a um estabelecimento noturno de Colleferro, nos arredores de Roma.
De acordo com algumas testemunhas, Willy terá tentado apaziguar uma rixa e acabou sendo brutalmente agredido até à morte.
Quatro homens, com idades entre os 23 e os 26 anos, foram detidos. Pelo menos dois dos suspeitos, os irmãos Bianchi, têm antecedentes de violência, mas ambos declararm-se inocentes na morte de Willy Monteiro Duarte.
As autoridades prosseguem à investigação ao caso e esperam ouvir mais testemunhas do sucedido.
Este crime veio acentuar o debate em torno do racismo em Itália.
Pelas redes sociais, o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, manifestou-se indignado e revoltado, desejando que "a justiça se faça de modo ajustado à natureza e dimensão do caso".