Jovens procuram emprego no "deserto" laboral espanhol

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De  Isabel Marques da SilvaLaura Ruiz Trullols
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Espanha é o Estado-membro com a maior taxa de desemprego juvenil da União Europeia, registando 41% neste verão, que é cerca de dez pontos acima de Itália, que fica em segundo lugar.

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As jovens espanholas Júlia Partal e Núria Pradell terminaram o curso superior em Turismo e Marketing no ano em que a pandemia de Covid-19 deu um rude golpe neste importante setor da economia do país. 

Ambas visitaram uma feira de emprego, em Barcelona, para obter mais informação porque têm de adaptar os seus planos para entrar no mercado de trabalho, explicaram à euronews.

“No ano passado trabalhei num escritório que organizava feiras e outros eventos. Agora vou tentar voltar ao trabalho que fiz na hotelaria, talvez na receção de um hotel ou noutros serviços de relacionamento com os hóspedes”, disse Núria Pradell.

"O meu plano era encontrar um emprego a tempo parcial e ganhar algum dinheiro, enquanto refletia sobre o que queria fazer a seguir. Em fevereiro queria ir para a Ásia, estudar chinês. Mas atualmente é difícil encontrar este tipo de trabalhos", afirmou Júlia Partal.

Espanha é o Estado-membro com a maior taxa de desemprego juvenil da União Europeia, registando 41% neste verão, que é cerca de dez pontos acima de Itália, que fica em segundo lugar. 

Ambos os países tiveram grandes taxas de infeção de Covid-19 e são muito dependentes do turismo, sendo que a situação dos jovens já era tradicionalmente difícil em matéria de mercado de trabalho.

Mais formação e bom uso dos fundos europeus

O pouco trabalho disponível é muitas vezes precário, algo que o Conselho Municipal de Barcelona quer ajudar a mudar, segundo a vereadora Raquel Gil: “Os jovens não são os únicos a sofrer o impacto da pandemia, mas são os que mais brutalmente foram afetados num curto espaço de tempo e num momento que pode prejudicar gravemente a carreira profissional porque só agora estão a começar essa carreira".

Estes jovens poderão ser dos principais beneficiários de alguns dos subsídios integrados no fundo de recuperação da União Europeia.

"Precisamos não apenas de mais fundos, mas também de nos certificar que serão bem direcionados. Temos que ser muito inteligentes a definir quais são os setores que vão ajudar à recuperação económica, apostando na inovação, digitalização e a ecologia", acrescentou Raquel Gil.

A formação para as tecnologias digitais é algo incontornável e a geração mais jovem terá maior facilidade em adaptar-se, refere Raül Sánchez, gestor de Inovação na entidade Barcelona Activa: “Os jovens já estão acostumados a aprenderem competências sozinhos e a passarem o dia todo a navegar na Internet. É importante que façam uso de todo o conhecimento que podem encontrar gratuitamente online e a fazer mais formação".

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