Trump pede rapidez ao senado na confirmação de Amy Coney Barret

Presidente dos Estados Unidos coloca os holofotes em Amy Conet Barret
Presidente dos Estados Unidos coloca os holofotes em Amy Conet Barret Direitos de autor AP Photo/Alex Brandon
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De  Francisco Marques com AP, AFP
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Democratas receiam uma revolução na sucessão de Ruth Bader Ginsburg com impacto nas presidenciais. Trump enaltece qualificações inultrapassáveis e historial irrepreensível da juíza conservadora

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Donald Trump tem pressa na confirmação de Amy Conet Barret, de 48 anos, para o Supremo Tribunal e deixou bem clara essa pressão sobre o Senado durante o anúncio da escolha da juíza conservadora para suceder à progressista Ruth Bader Ginsburg.

A escolha do Presidente norte-americano tem de ser confirmada pelos senadores, atualmente com maioria republicana de seis (53-47), o que não deve dificultar o processo e tornar também mais fácil a Trump rebater um resultado menos favorável nas eleições presidenciais de novembro.

A poucos dias do primeiro debate com o rival democrata Joe Biden, Trump disse esperar que a confirmação da juíza Barret seja "direta e imediata".

"Deve ser muito fácil", considerou o presidente depois de enaltecer "as qualificações inultrapassáveis e os registos irrepreensíveis" de Amy Conet Barret, desejando "boa sorte" aos senadores republicanos presentes neste anúncio realizado nos jardins da Casa Branca, em Washington.

O Presidente conta ter a escolha confirmada bem antes das presidenciais, que têm a primeira volta marcada para 03 de novembro, e espera com isso antecipar um eventual recurso para o Supremo Tribunal em caso de derrota nas presidenciais para Joe Biden.

A balança de poder do Supremo

Com a morte de Ruth Bader Ginsburg, a "corte" ficou com oito juízes, cinco dos quais escolhidos por presidentes Republicanos, incluindo dois já por Donald Trump e um, John G. Roberts Jr., por George W. Bush, que tem por vezes tomado partido por petições dos liberais e que pode retirar força ao atual presidente numa eventual disputa.

O Supremo é normalmente composto por nove juízes e, com a eventual confirmação de Barret, a balança passa a pender claramente para os conservadores mesmo com a possível "rebeldia" de  Roberts.

A escolha de Trump não poderia ser de maior rutura com o passado. Casada e mãe de sete filhos, Amy Coney Barret é descrita como uma juíza ultraconservadora e religiosa, conhecida como opositora, por exemplo, do aborto assistido e poderá começar por aí a romper como legado de Ruth Bader Ginsburg.

Para o líder dos senadores democratas, "a juíza Barret é contra quase tudo" aquilo em que a América acredita "como os cuidados de saúde, os direitos das mulheres e os direitos LGBT".

Os Democratas receiam sobretudo que a confirmação da escolha de Trump representa o fim do sistema de saúde pública conhecido como "Obamacare".

Também o candidato presidencial democrata se manifestou preocupado e defendeu que "o Senado não deve votar (a eleição da juíza Barret) até que o povo o faça (nas presidenciais)".

"As decisões do Supremo Tribunal afetam as nossas vidas quotidianas e a Constituição foi desenhada para dar aos eleitores a voz sobre quem toma as decisões. O Senado não deve atuar até que o povo americano eleja o próximo presidente e o próximo Congresso. Os americanos merecem ser ouvidos", escreveu Joe Biden, nas redes sociais.

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