UE não aceitará acordo pós-Brexit a "qualquer preço"

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Direitos de autor Yves Herman/AP
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De  Isabel Marques da Silva
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O líder britânico, Boris Johnson, também admitiu, sexta-feira, que poderá não haver uma relação especial.

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A União Europeia não vai pagar qualquer preço para ter um acordo pós-Brexit com o Reino Unido. A cimeira em Bruxelas não fechou a porta à negociação, mas os 27 países preparam-se para que a relação futura seja apenas com base nas regras da Organização Mundial de Comércio. 

O líder britânico, Boris Johnson, também admitiu, sexta-feira, que poderá não haver uma relação especial: “Terá de haver uma mudança fundamental na abordagem. Caso contrário, ficaremos muito satisfeitos em negociar os aspectos práticos,como  por exemplo as questões relacionadas com a segurança social, o transporte rodoviário, etc. A menos que haja uma mudança fundamental na abordagem, vamos optar por um acordo de comércio tradicional", disse à imprensa.

Mas há ainda vozes europeias a pedir um último esforço, tais como a de Emmanuel Macron, presidente da França: “Estamos a preparar um acordo, mas não poderá ser concluído a qualquer preço. Autorizámos o nosso negocidador a manter o diálogo nas próximas duas semanas dentro desse espírito. Como disse, queremos um acordo, estamos cientes de que são precisos mais esforços, mas que estes devem vir sobretudo do Reino Unido".

O mesmo defendeu Micheal Martin, primeiro-ministro irlandês: “Claramente, há possibilidade de ter um acordo e houve progresso numa série de questões. É verdade que outros capítulos precisam de ser encerrados e há algumas questões pendentes, tais como a pesca, governação e concorrência leal. Mas fazendo um análise objetiva, diria que ainda existe base para um acordo".

Dar tempo à diplomacia para resolver crise com Turquia

A crise que envolve a Turquia, a Grécia e o Chipre por causa da exploração de gás no mar Mediterrâneo voltou a ser debatida, mas um acordo sobre sanções continua em suspenso. O presidente do Conselho Europeu quer dar mais tempo à diplomacia.

“Tivemos um breve debate sobre a situação, mas é claro que dia após dia, semana após semana, vamos continuar a fazer um acompanhamento com todos as partes em contenda na região, em particular com os Estados-membros da União nessa região", explicou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

Os líderes fizeram um ponto de situação sobre a pandemia de Covid-19, tema que passará a ser analisado em todas as cimeiras presenciais e reuniões informais por videoconferência.

Testes positivos de pessoas que lhes eram próximas levaram a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, a deixar a reunião mais cedo, na sexta-feira, tal como tinha feiro a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na quinta-feira. O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, nem sequer viajou para Bruxelas para poder cumprir isolamento.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, considera que, apesar do risco, estas reuniões presenciais são mais produtivas e disse à imprensa portuguesa que tudo será feito para evitar a contaminação entre os líderes.

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