Banco Central Europeu apoia investimentos na ecologia

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Direitos de autor Arne Dedert/AP
De  Isabel Marques da SilvaEfi Koutsokosta
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A euronews entrevistou Philip Lane, economista-chefe do BCE, sobre o duplo desafio de investimentos massivos num momento de acentuada contração da economia e aumento do desemprego.

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A segunda vaga da pandemia de Covid-19, que já levou a novas medidas restritivas da atividade económica, poderá agravar a recessão e atrasar a implementação de medidas ambiciosas tais como o Pacto Ecológico Europeu.

O Banco Central Europeu (BCE) tenta ajudar com a aquisição de títulos de dívida pública que são especificamente destinados a financiar a política de combate às alterações climáticas.

A euronews entrevistou Philip Lane, economista-chefe do BCE, sobre este duplo desafio, que exige investimentos massivos num momento de acentuada contração da economia e aumento do desemprego.

Efi Koutsokosta/euronews: Quais deveriam ser as prioridades para a recuperação económica na Europa? É um luxo falar sobre um Pacto Ecológico Europeu quando milhares de pessoas que estão a perder os postos de trabalho?

Philip Lane/economista-chefe do BCE: Pensoque não há conflito entre as duas coisa e precisamos de fazer uma aceleração. O fato de termos uma desaceleração cria mais algum espaço para acelerar o ritmo, algo que já era necessário de qualquer forma. Isto tanto para o Pacto Ecológico, como para a digitalização e outras reformas. Em paralelo com essa política orientada para o futuro, é muito importante ter certeza de que o maior número possível de empresas continuarão viáveis, poderão sobreviver e que os trabalhadores que foram tão afetados por esta pandemia poderão manter o vínculo ao empregador e atualizar as suas capacidades.

Efi Koutsokosta/euronews: O que ajudaria, efetivamente, a fazer progredir esta estratégia ecológica, do ponto de vista do BCE?

Philip Lane/economista-chefe do BCE: Talvez o ponto mais básico, e que às vezes se perde de vista, é que ter uma economia ambientalmente mais sustentável requer muito investimento público e privado para a modernização, sobretudo em termos de tecnologias mais ecológicas. É preciso investimento na habitação residencial. Percebemos que há muita habitação que tem de ser mais eficiente do ponto de vista energético. Alem disso, em termos de circulação das pessoas, muito terá de mudar no setor dos transportes. Tudo isso exige um grande programa de investimentos. O contexto de baixas taxas de juros e de baixa inflação que temos, atualmente, é muito favorável ao investimento. À medida que a Europa se adapta a políticas mais favoráveis ao clima, criando impostos sobre as emissões poluentes e outras políticas para ajudar à transição energética, penso que terá como forte aliada a atual política de baixas taxas de juros.

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