UE tenta adiantar-se na corrida pela riqueza digital

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De  Isabel Marques da SilvaMéabh McMahon
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A Comissão Europeia tenciona investir dois mil milhões de euros para promover o desenvolvimento de infra-estruturas de tratamento de dados. Estima-se que dentro de cinco anos haverá dez milhões de profissionais do setor dos danos na União Europeia.

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Em vez das empresas e cidadãos europeus recorrerem sempre aos dados armazenados por multinacionais norte-americanas tais como a Google, Facebook e Amazon, poderão usar novas estruturas europeias, explicou, quinta-feira, Margrethe Vestager, vice-presidente-executiva da Comissão Europeia, que supervisiona a pasta da digitalização.

"Este novo regulamento irá fornecer uma estrutura de governança que irá garantir que os dados possam ser disponibilizados voluntariamente pelos seus detentores e apoiar espaços de dados europeus comuns, permitirá que as grandes e pequenas empresas beneficiem de um acesso mais fácil aos dados, com redução do tempo e dos custos de acesso", explicou Vestager sobre o novo Regulamento de Governança de Dados.

O objetivo permitirá criar nove espaços setoriais para armazenar dados sobre temas tão diversos quanto a saúde, energia ou agricultura. Estas plataformas tecnológicas estarão em consonância com os valores e princípios da União Europeia, tais  como a proteção dos dados pessoais, a proteção dos consumidores e as regras de concorrência leal.

Milionária economia dos dados

Como o volume de dados gerados por organismos públicos, empresas e cidadãos está em constante crescimento, o valor comercial desses dados podera rondar os dez mil milhões de euros, anuais, dentro de alguns anos.

"Vemos uma mudança fundamental na forma como a União Europeia aborda o uso de dados, tanto os os pessoais como outra informação em geral. Passa de uma abordagem centrada na proteção das informações, que levou à adoção do Regulamento Geral de Proteção de Dados, para uma abordagem que aposta na partilha das informações e na criação de uma economia de dados", disse Estelle Masse, consultora sobre política digital, em entrevista à euronews.

O executivo comunitário irá complementar, em dezembro, esta legislação com a Lei de Serviços Digitais, que também contribuirá para fortalecer a soberania europeia.

"Até agora, a União Europeia estava numa posição menos relevante, como que "ensanduichada" entre a China e os EUA, não estava bem equipada nesta matéria. Este regulamento cria uma nova estratégia para sobrevivermos na era digital, na qual já estamos muito atrasados", afirmou Axel Voss, eurodeputado alemão do centro-direita.

A Comissão Europeia tenciona investir dois mil milhões de euros para promover o desenvolvimento de infra-estruturas de tratamento de dados. Estima-se que dentro de cinco anos haverá dez milhões de profissionais do setor dos danos na União Europeia.

O Parlamento Europeu vai analisar esta legislação para dar o seu consentimento e só depois será transposta pelos 27 Estados-membros.

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