Otimismo sobre exportações europeias para os EUA

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Direitos de autor Robert F. Bukaty/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Isabel Marques da SilvaSusan Dabbous
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Durante este ano, marcado pelos confinamentos, as exportações europeias aumentaram nalguns setores específicos.

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Encomendar pela Internet um fato masculino feito sob medida pode parecer uma contradição, mas a empresa italiana Lanieri parece ter bastante sucesso, incluindo com clientela nos EUA.

O website permite obter informações gerais e depois passa-se a uma conversa por vídeo com um alfaiate para discutir detalhes das peças que serão confeccionadas em Itália.

“Mesmo não tendo uma loja de rua nos EUA, temos sucesso com base em vídeos feitos pelos clientes no Youtube que mostram como é fácil e divertido tirar as medidas em casa e receber o fato no domicílio um mês depois", disse Claudio Verdarelli, vendedor da loja desta marca de alfaiataria em Bruxelas.

Lanieri tem mais de mil clientes fora de Itália e, em tempos de crise económica, essa abrangência de mercado pode fazer uma grande diferença.

“Um modelo de negócio mundial é muito importante porque não temos limites em termos de acesso a países, podemos alcançar um mercado global. Mesmo estando sediados na Europa - no nosso caso em Itália -, o nosso quarto maior mercado são os EUA", acrescentou Claudio Verdarelli.

Apesar das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump aos produtos europeus, tem havido uma tendência de aumento de exportações europeias para os EUA nos últimos dez anos. Dados de 2019 revelam:

  • Exportações da UE para EUA -  384 mil milhões de euros

  • Importações dos EUA para UE - 232 mil milhões de euros

Planos de Biden trazem oportunidades

Durante este ano, marcado pelos confinamentos, as exportações europeias aumentaram nalguns setores específicos.

“Nos últimos 18 meses as exportações de produtos farmacêuticos correram muito bem, há um importante acesso nos setores da saúde, bem-estar e dispositivos médicos. Já nas exportações de alumínio, aço e indústria automóvel, é inegável que houve um retrocesso devido ao aumento de tarifas que foram impostas pelo governo de Trump", referiu Lucio Miranda, diretor da "ExportUSA", uma associação de pequenas e médias empresas.

Entre os produtos europeus mais exportados estão as máquinas industriais. Este mercado poderia crescer ainda mais dados os planos do presidente-eleito Joe Biden de investir na melhoria de infra-estruturas, tais como por exemplo a reabilitação de pontes, aeroportos e estradas.

“Os números que foram discutidos variam entre os dois biliões (1,6 biliões de euros) e os cinco biliões de dólares (4,1 biliões de euros) num período de quatro a dez anos. Um programa de investimento tão massivo não poderá ser levado a cabo apenas pelas empresas norte-americanas”, explicou Lucio Miranda.

Quer se trate de máquinaria pesada ou de moda, parece haver otimismo sobre as perspectivas de exportações europeias para os EUA. A Lanieri já se prepara para o desafio melhorando a sua presença no comércio online.

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