Bolsonaro diz que "a vida continua" perante mais de 200.000 mortos

O Brasil chegou, esta quinta-feira, à marca dos 200 mil mortos causados pela Covid-19. O gigante latino-americano é o segundo país mais afetado em todo o mundo, atrás dos Estados Unidos, e as perspetivas para os primeiros meses do ano são trágicas. A gestão do presidente Jair Bolsonaro é cada vez mais criticada.
Mas, para Bolsonaro, o mais importante é salvar a economia: "Chegámos aos 200 mil mortos e lamento. Mas a vida continua. Não podemos pedir às pessoas para ficar em casa e tratar da economia mais tarde. Isso lançaria o caos no país e teria consequências mais graves que o próprio vírus".
Em Manaus, no Amazonas, o mais recente surto levou as autoridades a decretar o estado de emergência. São Paulo é o Estado com mais casos e mais vítimas. O Instituto Butantan está a fabricar a vacina chinesa CoronaVac e os resultados dos testes são promissores, mas a campanha de vacinação só deve começar no final deste mês, fevereiro ou mesmo março, segundo o ministério da Saúde, tudo dependendo da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além da CoronaVac produzida localmente, o Brasil comprou ainda mais de 250 milhões de doses das vacinas da Universidade de Oxford e do consórcio Covax Facility da OMS. A situação nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, é de emergência, com uma ocupação das camas nos cuidados intensivos de mais de 90%. Os cemitérios começam também a ter pouco espaço para enterrar os mortos.
Quinta-feira, além de se ter atingido a marca dos 200 mil mortos, foi também o segundo dia mais trágico desde o início da pandemia, com 1.524 novas mortes registadas e um número recorde de novas contaminações, mais de 87 mil e 800.