Inverno cruel para vítimas de sismo na Croácia

A neve acumula-se nos escombros provocados pelo terramoto de dezembro na Croácia. O rigor do inverno veio agravar a frágil situação de cerca de 50 mil pessoas que ficaram sem casa.
A solidariedade chega pela mão de voluntários num prato de comida. Todos os dias, as pessoas fazem fila em redor de camiões onde voluntários servem refeições quentes.
Stevo Borota, um reformado de 75 anos, está a viver com a mulher e filho na cave do edifício onde vivia, sem água e sem luz. Sempre que podem vêm à praça central de Petrinja para receber uma refeição. "Claro que podemos comer pão, enlatados e coisas assim, mas comida de tacho é algo completamente diferente. Parece que ganhámos a lotaria," conta.
Petrinja foi uma das cidades mais afetadas. A destruição semeada pelo sismo de 6,4 graus na escala de richter expôs a fraca qualidade das construções do pós-guerra da independência, nos anos 90. O ministério público croata abriu mesmo uma investigação.
Muitos dos desalojados foram instalados em contentores ou caravanas.
Bara Vrbanac, foi instalada numa roulotte. Não querdeixar as seis ovelhas e duas cabras que lhe permitem fazer o queijo que lhe assegura a sobrevivência, mas não tem dúvidas: "Infelizmente já passei por muito - guerra, cirurgias - mas isto é o pior de sempre".
O Inverno nunca é gentil em Sisak, no coração rural da Croácia, e foi região mais afetada pelo sismo que a 29 de dezembro provocou a morte a sete pessoas.
A reconstrução só deve começar na primavera.