Estudo aborda impactos do confinamento nas crianças

Estudo aborda impactos do confinamento nas crianças
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De  Isabel Marques da SilvaMéabh McMahon
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"Este nível de interrupção durante a fase de crescimento e de formação de identidade das crianças pode ser realmente devastador", explicou Jana Hainsworth, secretária-geral do Eurochild.

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Quase um ano após o primeiro confinamento para travar a Covid-19, os encarregados de educação estão inquietos com o impacto no desenvolvimento das crianças a nível escolar, mas também psico-social e físico.

Uma belga que educa sozinha quatro filhos, no sul do país, diz sentir-se muito abandonada pela classe políticae pelas instituições da União Europeia.

"A minha filha mais nova dá-me muita preocupação por causa da saúde mental. Ela não via ninguém, não ía à escola e fechou-se completamente ao mundo. Acabou por desenvolver alguns problemas a nível físico. Era a forma de demonstrar como não conseguia perceber o que estava a acontecer e porque é que não podia ver os amiguinhos. Como mãe, é difícil ver a minha filha pequenina assim tão perdida", disse a encarregada de educação que pediu anonimato à euronews.

As organizações não-governamentais também se mostram preocupadas, tendo o Eurochild, grupo de defesa dos direitos das crianças, realizado um estudo que mostra como a Covid-19 criou graves perturbações sociais e emocionais.

"As experiências da infância marcam-nos para toda a vida, pelo que aquilo pelo qual as crianças estão a passar agora vão ter impacto na vida adulta. As crianças precisam da interação social, os adolescentes não definem tanto a sua personalidade na relação com os pais mas nas interações na escola e com os seus pares. Este nível de interrupção durante a fase de crescimento e de formação de identidade das crianças pode ser realmente devastador", explicou Jana Hainsworth, secretária-geral do Eurochild.

A organização alerta, também, para o facto do confinamento com fecho das escolas exacerbar as desigualdades sociais, pelo que o pacote de recuperação para fazer face à crise deveria levar mais em conta o impacto nas crianças.

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