"Adote um parque" na Amazónia brasileira

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De  Nara Madeira com AFP
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Governo de Jair Bolsonaro convida empresas nacionais e internacionais a adotar parques da Amazónia, as últimas por 10 euros o hectare.

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"Adote um Parque" é o mais recente projeto do governo de Jair Bolsonaro. Várias áreas na Amazónia passarão a estar sob a alçada, sobretudo, de grandes empresas, nacionais e estrangeiras, estas últimas por 10 euros o hectare. A primeira a embarcar no desafio foi a francesa Carrefour S.A.

A iniciativa, diz o executivo em comunicado, visa "atrair recursos para custear a conservação e manutenção" das áreas em causa, várias delas "com potencial turístico", o que representa, numa primeira fase, cerca de 15% do território de toda a Amazónia, ou seja, 63 milhões de hectares.

Na cerimónia de lançamento o presidente brasileiro afirmou que gerir estes parques "é igual a adotar uma criança" porque "tem despesas", e que o Brasil não tem condições, por questões económicas", para dar resposta a esse desafio. 

Ainda assim, Bolsonaro foi acrescentando que o país que governa é o que mais preserva o seu meio ambiente.

Sobre a matéria, a organização não-governamental "World Wide Fund for Nature" escreve, no seu portal na internet para o Brasil, que "qualquer iniciativa do setor privado que vá no sentido de fortalecer a gestão das unidades de conservação (...) é bem-vinda", mas "falta transparência quanto aos detalhes operacionais do programa", não fica claro qual é, de facto, "o papel das empresas", e há dúvidas quanto "`à sua eficiência e sustentabilidade no médio prazo".

"Por mais importante que seja o apoio de empresas à gestão de UCs, isso só terá efeitos positivos se houver gestão pública de qualidade, algo que estamos perdendo rapidamente sob a atual gestão federal", lê-se no documento.

A desflorestação na parte brasileira da Amazónia aumentou, exponencialmente, desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência do país. Dados do INPE davam conta que desapareceram 8.426 quilómetros quadrados de vegetação naquele que é um dos pulmões do planeta Terra. Um valor, ainda assim, inferior ao recorde histórico de 2019.Nesse ano 9.178 quilómetros quadrados de floresta foram destruídos.

Editor de vídeo • Nara Madeira

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