Biden considera Nord Stream 2 um "mau negócio" para a Europa

Biden considera Nord Stream 2 um "mau negócio" para a Europa
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De  Euronews

Projeto polémico, prestes a concluir, enfrenta resistência dos EUA

Os trabalhos para concluir o gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, prosseguem, a par da polémica que envolve o ambicioso projeto que deverá duplicar o fornecimento de gás à União Europeia.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que para o presidente dos EUA, Joe Biden, este é "um mau negócio para a Europa." E acrescentou que as sanções aprovadas pelo Senado norte-americano contra empresas empresas envolvidas no projeto, de forma a deter o avanço do mesmo, não estão descartadas.

"A nossa posição sobre o Nord Stream 2 é muito clara e mantém-se inalterada. O presidente Biden deixou claro que se trata de um mau negócio. Porque divide a Europa, expõe a Ucrânia e a Europa Central à manipulação russa, e porque contraria os próprios objetivos da Europa em matéria de energia e segurança. Continuamos a monitorizar as atividades para completar e certificar o gasoduto. Se tal atividade acontecer, determinaremos uma posição sobre a aplicabilidade das sanções. É importante ressaltar que as sanções são apenas uma de entre muitas ferramentas importantes para garantir a segurança energética. Está claro que faremos tudo isso em parceria com nossos aliados e parceiros, mas nossa posição não mudou no negócio", sublinhou, em conferência de imprensa, Jen Psaki.

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, ressalvou, por outro lado, que trabalhar contra o projeto representaria o "isolamento económico completo da Rússia", que poderia voltar-se para a China, o que implicaria menos influência do Ocidente.

"Qualquer pessoa que questione o Nord Stream 2 - e pode-se certamente defender essa opinião - também deve considerar, pelo menos geoestrategicamente, que consequências é que isso terá e o que é que isso significa para a capacidade da Europa de influenciar a Rússia", lembrou Maas.

O Governo alemão lamenta a imposição de sanções.

De acordo com documentos revelados pela organização não-governamental Environmental Action Germany , o ministro alemão das Finanças terá, alegadamente, oferecido à administração Trump apoio de mil milhões de euros para a importação de gás natural liquefeito de forma a evitar a imposição de sanções por parte de Washington.

Alguns países, como a Polónia, consideram que o projeto irá aumentar a dependência energética europeia em relação à Rússia.

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