Os Estados-membro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reuniram-se durante dois dias para acertar posições e implementar decisões nos mais diversos domínios, do litígio territorial entre Madagáscar e França à pandemia de Covid-19. Moçambique assegura a presidência rotativa.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) reiterou o apoio a Madagáscar no litígio com França. O país europeu mantém a posse de ilhas reclamadas pela nação insular o que, de acordo com a SADC, viola resoluções da Assembleia Geral da ONU e da União Africana.
A reunião do conselho de ministros da organização regional terminou este sábado e debateu igualmente o plano estratégico de combate à corrupção e financiamento do terrorismo, como explicou o chefe da diplomacia angolana, Téte António:
“A luta contra o terrorismo é uma luta que deve ser abrangente em termos de meios utilizados, porque o terrorismo utiliza-se de meios sofisticados, mas também de financiamento, e a corrupção em si tem que ser também atacada para que nós não reforcemos este mal que está a roer a região e que nos preocupa bastante”
A situação pandémica na região também esteve em análise. A adoção de normas para a harmonização do transporte transfronteiriço durante a pandemia foi uma recomendação saída do conselho de ministros. A maioria dos Estados-membros não as cumpre, o que tem um impacto negativo no processo de recuperação das respetivas economias.
“O que foi discutido aqui é a partilha justamente de dados, portanto a concatenação do trabalho dos laboratórios para aferir a veracidade dos resultados que os laboratórios acabam por emitir facilitando a circulação de pessoas e bens” - refere o secretário de Estado da Saúde Pública, Franco Mufinda, exemplificando com um dos muitos problemas relacionados com a covid-19.
Moçambique, que preside atualmente a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, viu aprovada a solicitação para albergar o Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC.
Nesta reunião, os restantes 15 Estados-membros manifestaram igualmente o apoio à candidatura de Moçambique a membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU para o mandato 2023-2024. Uma candidatura que de resto já conta com o apoio da União Africana.