Lukashenko fala em "novos presidentes" na Bielorrússia

Um sinal de que poderá ceder o poder... Um dia. Durante uma visita a uma fábrica em Minsk, o presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko abriu a possibilidade de haver uma nova pessoa para ocupar o seu lugar, depois de décadas aos comandos do país.
"Vocês vão ter outros presidentes. Posso garantir isso. Depois vão comparar e perceber. Por agora, sejam pacientes. Claro, não estaremos todos por aqui e claro há pessoas que não gostam de muitas coisas. Temos de ser pacientes, muita gente quer viver em paz e sossegada. Estudos sociológicos demonstram que muitas pessoas têm medo de perder a ordem e a estabilidade no país", declarou Lukashenko.
A oposição, liderada por Sviatlana Tsikhanuskaya, indicou esperar que negociações comecem em maio, depois do voto eletrónico que lhe dê poderes legítimos para negociar e fazer o país sair da crise política.
O voto começou na quinta-feira e é orientado pela plataforma independente Golos, lançada no ano passado.
"Quase meio milhão de bielorrussos já votou para a crise ser resolvida, apenas nas últimas 24 horas. Os responsáveis da Golos confirmam ter havido alguns erros informáticos por causa da elevada afluência", explicou Tsikhanuskaya.
A repressão mantém-se. Na quinta-feira, um tribunal bielorrusso condenou duas jornalistas a penas de prisão por violarem a ordem pública ao fazerem a cobertura de um protesto contra aquele que é considerado o último ditador da Europa, Alexandre Lukashenko.