"Estado da União": EUA renovam compromisso com UE

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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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A Câmara de Comércio dos EUA para a UE organizou uma conferência, esta semana, para fazer um balanço das trocas transatlânticas e Stefan Grobe entrevistou a sua presidente-executiva, Susan Danger.

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Apesar de ter sido por videoconferência e não presencial, em Bruxelas, como estava previsto, a cimeira da União Europeia, esta semana, teve um momento alto, com a participação especial do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Houve uma demonstração notável de unidade transatlântica após quatro anos de ataques constantes do ex-presidente Donald Trump à Europa.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, esteve em Bruxelas, na quarta e quinta-feira, para alegria dos anfitriões europeus, resumindo assim a nova postura diplomática:

“Queríamos vir aqui, estar aqui com uma tarefa muito central em mente, que é simplesmente a de reafirmar o nosso compromisso com a NATO, com os aliados e a nossa parceria com a União Europeia. Os EUA regressam aos seus compromissos em termos de alianças e parcerias. E tivemos uma recepção muito, muito boa", disse Blinken, numa entrevista à euronews.

No entanto, o reacender deste "romance" não esconde o facto de que resolver o legado de Trump é mais complicado do que o esperado e poderá ter um custo político, em particular no campo crucial da política comercial.

A Câmara de Comércio dos EUA para a União Europeia (AmChamEU) organizou uma conferência, esta semana, para fazer um balanço das trocas transatlânticas e Stefan Grobe entrevistou a sua presidente-executiva, Susan Danger.

Stefan Grobe/euronews: Muitas pessoas envolvidas, ou que observam, no comércio internacional elogiaram o novo governo de Joe Biden, antecipando uma mudança. Mas até agora parece que trocámos apenas o slogan “América primeiro" pelo slogan "Compre americano". Até que ponto a política comercial transatlântica de Biden é diferente?

Susan Danger/presidente-executiva AmChamEU: Podemos dizer que há um novo e muito positivo impulso. Ainda estamos dentro dos primeiros 100 dias de governo de Biden, então é inevitável que o presidente tenha que se concentrar primeiro na agenda interna e colocar a casa em ordem. Penso que o tempo dirá, mas os sinais são bons. Temos visto uma aproximação positiva e a vontade de resolver algumas das questões difíceis que ainda existem entre a UE e os EUA no que diz respeito ao comércio.

Stefan Grobe/euronews: No início de março, os EUA e a UE fecharam um acordo sobre o congelamento, por quatro meses, das tarifas impostas, mutuamente, por causa dos subsídios à Boeing e à Airbus. Mas as tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio ainda estão em vigor e as tarifas retaliarias da Europa por causa dessa decisão deverão mais que duplicar a 1 de junho. Aparentemente, é difícil evitar uma escalada.

Susan Danger/presidente-executiva AmChamEU: É um sinal muito positivo que, na sequência da conversa entre o presidente Biden e a presidente da Comissão Europeia, von der Leyen, tenha sido decidido congelar as tarifas no setor aeroespacial por quatro meses. É um primeiro passo. Para a comunidade empresarial, o próximo passo deveria ser medidas sobre as tarifas do alumínio, de preferência suspendendo-as globalmente, ou pelo menos concedendo uma isenção à UE. Sempre houve tensões comerciais e não seria sensato pensar que tudo iria desaparecer. Mas há um clima positivo e estamos numa posição muito melhor agora para resolver os problemas do que no ano passado.

Stefan Grobe/euronews: As autoridades da UE estão otimistas sobre uma solução para a contenda entre Bruxelas e Washington sobre um novo imposto sobre as grandes empresas do setor digital. Existe razão para o otimismo?

Susan Danger/presidente-executiva AmChamEU: Penso que agora há uma disposição de ambos os lados para trabalhar mais em conjunto. Precisamos de uma abordagem internacional. Com os EUA a assumirem as suas responsabilidade, ambos concordaram que deveriam debater este tema no âmbito da OCDE. Não é benéfico para ninguém adotar uma abordagem unilateral e ter diferentes países a implementar os seus próprios impostos. Penso que há grande esperança de que possamos trabalhar em conjunto, restaurar o diálogo e criar um sentimento de confiança para, em seguida, resolver algo que, em absoluto, precisa de uma abordagem internacional.

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