Netanyahu alega "tentativa de golpe" no próprio julgamento

Netanyahu alega "tentativa de golpe" no próprio julgamento
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De  Francisco Marques com AP
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Líder do Likud e provável primeiro-ministro reconduzido no cargo, Benjamin Netanyahu está acusado de fraude, quebra de confiança e suborno, mas garante estar inocente

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Um "esforço para atropelar a democracia", "uma tentativa de golpe" e "anular a vontade do eleitorado" foram as alegações proferidas esta segunda-feira por Benjamin Netanyahu, numa declaração à televisão "Kann News", após ter marcado presença no arranque do julgamento em que é acusado de fraude, quebra de confiança e suborno.

O primeiro-ministro de Israel, que provavelmente será mandato uma vez mais na quarta-feira para  formar um novo Governo após o Likud ter ganho as eleições de 23 de março, considera que os procuradores públicos estão agir com "hipocrisia" e numa "caça às bruxas", em especial a procuradora Ben-Ari, que Netanyah acusa de o estar a perseguir com provas falsas para o tirar do poder.

"Todo este processo contra mim tem sido conduzido pelo uso indevido do poder governamental confiado aos procuradores. (...) É uma tentativa de golpe", afirmou Netanyahu, considerando que o ministério público "não investigou nem procurou um crime".

"Eles estão a caçar um homem, estão a caçar-me a mim", alegou o chefe do Governo de Israel desde 2009, acrescentando ser "assim" que "estão a tentar derrubar um poderoso primeiro-ministro da direita."

De acordo com o Canal 13, um dos ais importantes na televisão israelita, as alegações de Netanyahu terão levado as autoridades a reforçar a proteção em torno da procuradora Ben-Ari.

O julgamento de Netanyahu começou a ouvir testemunhas no mesmo dia em que o Presidente Reuven Rivlin terminou as audições com os diversos partidos com assento parlamentar, exatamente duas semanas após as eleições ganhas uma vez mais pelo Likud, de Benjamin Netanyahu.

Com um triunfo aquém da maioria, o Likud está obrigado a negociar a formação do Governo, ainda assim Netanyahu recebeu o maior número de nomeações (52) para continuar como primeiro-ministro, mas abaixo das 61 necessárias para garantir o mandato do Presidente.

O principal rival, Yair Lapid, do partido centrista Yesh Atid ("Há um Futuro), ficou com menos sete nomeações e três partidos abstiveram-se de usar os 16 votos que detinham em conjunto.

Reuven Rivlin prometeu para quarta-feira se saberá a decisão do Presidente.

À chegada ao tribunal, em Jerusalém, Netanyahu contou com forte apoio na rua, mas durante esta primeira sessão do julgamento decorreu também nas proximidades uma manifestação de opositores que acusam o líder do Likud de autoritarismo.

Os protestos contra Netanyahu têm vindo, aliás, a subir de tom nos últimos meses também devido à gestão da pandemia.

Outras fontes • Times of Israel

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