"Senti-me magoada": Von der Leyen sobre o "sofagate"

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De  euronews
"Senti-me magoada": Von der Leyen sobre o "sofagate"
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Ursula von der Leyen pronunciou-se em Bruxelas sobre o caso "sofagate". Um erro diplomático na Turquia deixou a Presidente da Comissão Europeia de lado, num encontro com Charles Michel e Recep Tayyip Erdogan.

O objetivo do encontro entre Ursula von der Leyen, o presidente da Turquia, Erdogan e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel era intensificar as relações entre a União Europeia e a Turquia, mas o incidente acabou por gerar polémica.

Numa sala com apenas 2 cadeiras para três líderes diplomáticos, a mulher ficou de pé, enquanto os homens presentes, o Presidente da Turquia e o Presidente do Conselho Europeu - ocuparam os dois lugares - sem hesitação.

Senti-me magoada e senti-me sozinha, como mulher e como europeia. Porque não se trata de lugares sentados ou de protocolo - isto atinge o nosso âmago e os valores que a nossa União defende e mostra o longo caminho a percorrer antes que as mulheres sejam tratadas como iguais, sempre e em todos os locais.
Ursula von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia

Charles Michel quer garantir que a situação não se volta a reproduzir e reforçou o compromisso total no apoio à igualdade de oportunidades para as mulheres.

O Presidente do Conselho Europeu disse ter consciência que as circunstâncias levaram muitas pessoas a considerar que devia ter agido de forma diferente. É uma crítica que ouve, mas diz que, naquele momento, e sem a perspectiva actual decidiu "não reagir, para não criar um incidente político ainda mais grave.
Charles Michel
Presidente do Conselho Europeu

Ursula von der Leyen acrescentou que a retirada da Turquia da Convenção de Istambul - que protege as mulheres e proíbe a violência contra mulheres e crianças foi um mau sinal. A gafe no palácio presidencial turco provocou agitação nas redes sociais e nos meios diplomáticos.

Von der Leyen disse ser a primeira mulher presidente da Comissão Europeia e esperava ser tratada como tal - disse ainda que fica espantada que ainda seja preciso falar em igualdade de oportunidades para as mulheres, em 2021.