Presidente de Israel denuncia "pogrom". Hamas diz-se preparado para o conflito

O cenário de destruição em Lod deixa adivinhar o clima de tensão e violência dos últimos dias. Sinagogas incendiadas, carros ardidos, escombros pelas ruas. Na cidade israelita, a poucos quilómetros da capital, vivem árabes e judeus. Os tumultos de terça-feira à noite levaram a polícia a falar de uma situação sem precedentes e o autarca a temer mesmo uma "guerra civil".
As autoridades decretaram o estado de emergência na localidade. Reuven Rivli, presidente de Israel, diz tratar-se de um "progrom", numa alusão histórica à perseguição e crimes contra judeus na Rússia czarista.
"As cenas de pogrom em Lod e os distúrbios por todo o país por uma multidão árabe incitada e sanguinária, ferindo pessoas, danificando bens e até atacando os espaços sagrados judaicos são imperdoáveis", afirmou.
Esta quarta-feira, centenas de pessoas choraram a morte de uma adolescente, assassinada a tiro pelas forças israelitas na Cisjordânia. Horas antes, mais a sul, o luto era feito por um palestiniano de 26 anos, que o exército de Israel diz ter atirado contra os seus militares.
No terceiro dia de combate, as hostilidades entre os militantes palestinianos e o exército israelita intensificaram-se. Duas bombas lançadas por Israel, esta quarta-feira, deitaram por terra um edifício de 13 andares. No total, do lado palestiniano já morreram mais de 50 pessoas, entre os israelitas, seis.
O Hamas diz estar preparado para a escalada de violência
"Se [Israel] quiser aumentar [a violência], nós estamos prontos para isso, e se quiser parar, nós também estamos prontos, se quiserem retirar a mão de cima de Jerusalém, nós estamos prontos", declarou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
Os atuais confrontos entre Israel e o Hamas são os mais duros desde o conflito de 2014 em Gaza.