Dezenas de menores percorrem as ruas desta cidade espanhola no Norte de África à espera do momento certo para atravessar o Estreito de Gibraltar e começar uma nova vida na Europa.
Uma grande crise migratória que também deixa consequências "menores" nas ruas de Ceuta. São consequências que Espanha vai demorar a esquecer. Dezenas de menores percorrem as ruas desta cidade espanhola no Norte de África à espera do momento certo para atravessar o Estreito de Gibraltar e começar uma nova vida na Europa. Fogem à polícia noite e dia, porque as autoridades já repatriaram 6.500 dos 8 mil migrantes que chegaram na semana passada, muitos vieram a nado de Marrocos.
Do outro lado da fronteira, centenas de famílias angustiadas ainda não conseguiram localizar os seus filhos. A lei espanhola protege-os. Enquanto os adultos são expulsos, os menores não podem ser devolvidos a Marrocos sem primeiro localizarem os pais e verificarem se têm condições de vida decentes. Muitos recusaram-se a dar os nomes e fugiram dos centros de acolhimento que lhes deram abrigo. É o caso de Younes, Mohamed e Skakin. Têm entre doze e catorze anos e procuram um local para passar a noite.
A história repete-se noutros parques e recantos da cidade. Durante a noite a angústia consome centenas de famílias em Marrocos, mas a maior parte delas sonha em começar uma nova vida na Europa.