Fronteira europeia com a Bielorrúsia reforçada com arame farpado

A Lituânia está a construir uma vedação de arame farpado ao longo da fronteira com a Bielorrússia para tentar travar o aumento do fluxo de migrantes ilegais a entrar no território da União Europeia (UE).
A zona tem sido utilizada como rota de entrada no território europeu e, justificado pelo recente atrito diplomático entre Bruxelas e Minsk, há inclusive suspeitas em Vilnius de que as autoridades bielorrussas têm vindo a facilitar o acesso dos migrantes ao espaço europeu.
Na manhã deste sábado, os serviços de segurança de fronteira da Lituânia anunciaram a detenção de mais 31 migrantes a tentar cruzar a fronteira de forma legal oriundos da Bielorrússia.
Este é o menor número diário de migrantes ilegais registado este mês pela Lituânia nesta fronteira e é também o quarto dia consecutivo de julho em que o número de imigrantes ilegais não ultrapassa a centena.
No total deste ano e até este sábado de manhã, 1577 migrantes ilegais foram intercetados na fronteira com a Bielorrússia. A maioria (680) são oriundos do Iraque, mas há também africanos entre os detidos este ano nesta fronteira europeia, nomeadamente 200 do Congo, 118 dos Camarões e 82 da Guiné. Os restantes 68 são oriundos do Irão.
Este agravamento do fluxo de migrantes ilegais levou a agência europeia Frontex a reforçar no início de julho a segurança nesta fronteira da União Europeia, com um aceleramento do processo nesta última semana, sublinhado nas redes sociais pela comissária para os Assuntos Internos da UE, Ylva Johansson.
Espera-se que a meio de julho estejam também a operar naquela fronteira externa da União Europeia cerca de 30 elementos da agência europeia, incluindo forças de segurança de França, da Hungria e da Alemanha.
Esta sexta-feira, as autoridades lituanas começaram a colocar uma primeira barreira de arame farpado, a que se virá juntar uma vedação de 2 metros de altura, num investimento de mais de €40 milhões, para garantir uma barreira de "dupla proteção" ao longo da fronteira de mais 500 km com a Bielorrússia, explicou esta sexta-feira a ministra do Interior da Lituânia, Agné Bilotaité.
A primeira barreira de arame farpado deverá ficar concluída dentro de alguns meses, previu Rustamas Liubajevas, o comandante do Serviço de Guarda à Fronteira da Lituânia.
No mesmo dia, as autoridades fronteiriças lituanas acolheram um contingente de 10 agentes do Serviço de Polícia e Guarda de Fronteiras da Estónia para ajudar na gestão desta nova vaga de migrantes.
O contingente oriundo dos parceiros europeus é de 30 agentes, a que se juntam também 10 oficiais do serviço de polícia e guarda de fronteiras da Estónia, que esta sexta-feira começaram também a colaborar com as autoridades lituanas na fronteira com a Bielorrússia.