Cruz Vermelha afirma que Lituânia não está a respeitar a lei internacional ao recusar a entrada de migrantes provenientes da Bielorrússia.
A Cruz Vermelha advertiu a Lituânia afirmando que Vílnius não está a cumprir a lei internacional ao recusar a entrada de migrantes provenientes da vizinha Bielorrússia.
No centro de detenção de Rudninkai, estão cerca de 700 pessoas. Os migrantes, aqui detidos, temem ser enviados de volta para a Bielorrússia, queixam-se das más condições de vida no campo e pedem ajuda à União Europeia.
Um migrante sírio afirma que "Um homem mostrou-nos o caminho. Ele disse que era o caminho para a Alemanha. Enganou-nos".
"Precisamos que a União Europeia nos tire daqui. Estamos aqui, todos, para tentar ir para a Europa. Se a Lituânia não nos recebe, podemos ir, por isso precisamos que a Europa nos ajude. Ninguém aqui quer ir para a Bielorrússia, queremos ir para a Europa, Alemanha ou outro país", diz um migrante iraquiano.
A Lituânia, membro da União Europeia, tem enfrentado uma onda de migrantes, nos últimos meses.
Vílnius afirma que isso se deve à retaliação do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, depois da União Europeia ter imposto sanções àquele país.
A Lituânia disse que se reservava o direito de usar a força para impedir a imigração ilegal.
A Cruz Vermelha afirmou que o país tem obrigação de proteger as pessoas vulneráveis.
"Os repatriamentos de pessoas que procuram asilo não são compatíveis com a Convenção de Genebra sobre o Estatuto dos Refugiados, a Carta dos Direitos Fundamentais da UE e outros instrumentos de Direitos Humanos", disse Egle Samuchovaite, diretor de programa da Cruz Vermelha da Lituânia, à The Associated Press.