Talibãs avançam sem freio no Afeganistão

Talibãs  avançam sem freio no Afeganistão
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Os talibãs avançam rapidamente na tomada de províncias de norte a sul do Afeganistão. Militares americanos estimam que ocuparão Cabul daqui a um mês

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No Afeganistão, os talibãs combatem na província de Logar, a 80 km de Cabul.

Soldados americanos estimam que a capital pode ficar sob pressão dentro de um mês e o país ser controlado pelos insurgentes em poucos meses.

As populações estão preocupadas. Um residente de Cabul afirma: "Os talibãs já estiveram aqui antes e não governaram no interesse dos povos, as pessoas pensam que vão agir da mesma maneira".

Também o jovem, Ahmad Sakhi, não esconde a preocupação: "Estamos preocupados, há combates por todo o lado no Afeganistão, as províncias estão a cair de dia para dia, o governo deveria fazer algo, o povo está a enfrentar muitos problemas".

Nas últimas 24 horas, a segunda e terceira maiores cidades do país - Herat no oeste e Kandahar no sul - caíram nas mãos dos rebeldes, tal como a capital da província meridional de Helmand, onde forças americanas, britânicas e da NATO travaram algumas das mais sangrentas batalhas do conflito.

E o porta-voz do Pentágono, John Kirby, diz que é claro que a estratégia dos talibãs é isolarem Cabul, a capital do país: "Cabul não se encontra neste momento num ambiente de ameaça eminente. Mas, claramente, (...) se olharmos apenas para o que os talibãs têm feito, podemos ver que eles estão a tentar isolar Cabul".

Um vídeo divulgado nas redes sociais esta sexta-feira mostra combatentes ao lado do que eles alegam ser helicópteros apreendidos ao exército afegão, na base aérea de Shindand, em Herat.

John Corby declara que os Estados Unidos têm "uma preocupação constante com o equipamento militar que pode cair nas mãos do adversário".

Na declaração final da última ronda de negociações sobre o Afeganistão, em Doha, no Qatar, os enviados apelaram a um processo de paz urgente para o país e ao fim dos ataques às capitais de província, reafirmando que nenhuma nação reconhecerá um governo afegão imposto pela força.

Também o secretário-geral da ONU afirmou que "(...) tomar o poder através da força militar é uma proposta perdida. Isso só pode levar a uma guerra civil prolongada ou ao isolamento completo do Afeganistão", acrescentando: "(...) só uma solução política negociada, liderada pelo Afeganistão, pode assegurar a paz".

O avanço dos insurgentes no terreno tem sido rápido nas últimas semanas, face à incapacidade das tropas afegãs para defenderem as regiões atacadas; numa altura em que as forças militares norte-americanas abandonam o país, após duas décadas de guerra.

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