Sob pressão norte-americana, estão em curso negociações para a formação de um governo de coligação representativo das várias tendências e etnias, para evitar o ressurgimento de conflitos internos.
Com a chegada ao poder dos talibãs, muitos afegãos sentem-se ameaçados e querem fugir do país.
Algumas pessoas conseguiram deixar Cabul e começam chegar à Europa, onde os líderes políticos tentam encontrar um consenso para acolher e distribuir os requerentes de asilo pelos vários Estados membros da União Europeia (onde o tema das migrações se tornou numa questão fraturante).
Em entrevista à euronews, o embaixador do Afeganistão no Sri Lanka defendeu a necessidade de realizar um esforço conjunto para ajudar o país onde, independentemente dos últimos acontecimentos, metade da população precisa de ajuda humanitária.
“Não é apenas uma questão de quem vai ficar com o poder e o que vao acontecer. A prioridade deve ser ajudar aquela nação de grupos vulneráveis. O nosso ministério diz que são 20 milhões, mas todos são vulneráveis. A taxa de desemprego é de 60% e a única fonte de emprego, o governo do Afeganistão, agora também acabou”, frisou Ashraf Haidari.
EUA pressionam talibãs a formar governo de coligação
O diplomata afegão que perdeu o emprego com o colapso do governo de Cabul afirma que vai continuar a defender os direitos dos afegãos e tudo o que foi conquistado nos últimos vinte anos.
“Ainda representamos a República Islâmica e os valores defendidos pela República Islâmica. Esses valores são a democracia, os direitos humanos, os direitos das mulheres e todas as liberdades socioeconómicas e oportunidades que são o fruto da institucionalização desses valores pelos quais trabalhámos nos últimos vinte anos e em relação aos quais tínhamos obtido avanços significativos”, acrescentou o diplomata afegão.
Sob pressão norte-americana, estão em curso negociações para a formação de um governo de coligação representativo das várias tendências e etnias. Algo que é visto como essencial para evitar o ressurgimento dos conflitos internos. Enquanto aguarda resultados, Washington gelou as reservas monetárias do Banco Central do Afeganistão que se encontram em contas bancárias nos Estados Unidos.