Talibãs negoceiam novo governo no Afeganistão

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Direitos de autor Rahmat Gul/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Euronews
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O grupo que assumiu o controlo do país está em conversações com ex-dirigentes para formar um governo inclusivo. Presidente deposto, Ashraf Ghani, diz querer regressar do exílio.

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A presença musculada dos talibãs nas ruas de Cabul afirma de forma inequívoca que o país está nas mãos de novos donos. A dúvida, agora, no Afeganistão reside em saber como será o próximo governo.

Ashraf Ghani, eleito presidente em 2014 e entretanto deposto fugiu para os Emirados Árabes Unidos, onde se encontra com a família.

Esta quarta-feira, o político e economista, considerado por muitos um especialista em estados falidos, falou publicamente pela primeira vez desde a tomada do país e diz que tenciona voltar.

"Não tinha a intenção de fugir e abandonar o país. Estou atualmente nos Emiratos para evitar um derramamento de sangue. E estou em consultas para regressar ao Afeganistão e juntos continuarmos a luta pela garantia de justiça, a soberania afegã e para restaurar os valores islâmicos reais e os feitos nacionais", afirmou em vídeo Ashraf Ghani.

Responsáveis talibãs reuniram-se esta quarta-feira em Cabul com o ex-presidente afegão Hamid Karzai e Abdullah Abdullah, ex-vice-presidente e líder do Conselho para a Reconciliação Nacional, relata o grupo de vigilância dos sites islamistas SITE.

O encontro decorreu pouco tempo depois de o grupo ter afirmado querer formar um governo inclusivo e estar disposto a perdoar os adversários.

Mas à medida que líderes políticos talibãs regressam do exílio, multidões no aeroporto de Cabul continuam desconfiadas das intenções de paz e a tentar sair do Afeganistão.

O caos seria sempre "inevitável" com a saída da NATO, defendeu o presidente norte-americano Joe Biden. Desde 14 de agosto, informa a Casa Branca, os Estados Unidos da América transportaram seis mil pessoas para fora do país

Forças estrangeiras mantêm os esforços de evacuação na capital, para fazer sair cidadãos nacionais e afegãos em situação vulnerável. No entanto, apesar das promessas de uma passagem segura, relatos dão conta de mulheres e crianças agredidas pelos talibãs ao tentarem chegar às pistas de aterragem.

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