Espanha está a coordenar a chegada à Europa dos afegãos que trabalharam para a União Europeia e que deverão, enquanto refugiados, ser encaminhados para outros países.
Um pouco por toda a Europa chegam diariamente voos com famílias que conseguiram deixar Cabul.
Espanha está a coordenar a chegada dos afegãos que trabalharam para a União Europeia e que deverão, enquanto refugiados, ser encaminhados para outros países.
Além da logística necessária para retirar milhares de pessoas do país, alguns deputados europeus exortam os 27 a definir uma nova estratégia para o Afeganistão.
“A União Europeia precisa de uma nova abordagem para o Afeganistão e toda a região. É preciso ter em conta as novas circunstâncias e o facto de outros atores globais, especialmente a Rússia e a China, estarem a tentar preencher o vazio político no país. Temos de mostrar-nos unidos e trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros e aliados para manter a paz e a segurança na região", afirmou David McAllister, deputado europeu cristão-democrata (Alemanha).
A delicada questão dos refugiados na União Europeia
O chefe da diplomacia dos 27, Josep Borrell, exortou os Estados membros a evitar a repetição de incidentes e polémicas sobre a redistribuição de migrantes.
“Vamos esperar que a operação de redistribuição funcione, e que não vamos, mais uma vez, mostrar as nossas diferenças e entrar em conflitos para ver quem cuida daquelas pessoas. Mas não podemos retirar todo o povo afegão do país. Temos que enfrentar a situação. E não basta dizer: ‘eles devem fazer isto ou aquilo’. O importante é o que nós podemos fazer", afirmou Josep Borrell.
A Alemanha afirma ter identificado cerca de dez mil pessoas que poderão ser retiradas do Afeganistão. A chanceler Angela Merkel fez questão de acrescentar que se trata de um acolhimento "controlado" de pessoas "particularmente vulneráveis".
A França evocou, em particular a proteção dos "defensores dos direitos humanos, artistas, jornalistas, e ativistas", sem avançar números concretos.
Vários países europeus temem que a situação no Afeganistão abra portas ao que chamam de "fluxos migratórios irregulares" em direção à Europa.