Bélgica recebe mais de 200 pessoas retiradas do Afeganistão

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Direitos de autor Senior Airman Brennen Lege/AP
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Aviões aterraram na base militar de Melsbroek

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A base militar de Melsbroek, na Bélgica, encheu-se de civis que deixaram para trás um cenário de pesadelo no Afeganistão.

Dois aviões, com 226 pessoas retiradas de Cabul, aterraram esta segunda-feira nos arredores de Bruxelas.

O grupo de belgas, de afegãos ao serviço de organizações internacionais e respetivas famílias partiu da capital paquistanesa. Islamabad é o primeiro destino dos aviões militares belgas envolvidos em operações de retirada do aeroporto da capital afegã.

O desembarque na Bélgica contrastou com as imagens de caos que chegam do aeroporto de Cabul.

As organizações não-governamentais alertam os políticos que é preciso criar rotas humanitárias seguras para todos.

"O que estamos a ver a União Europeia fazer bem é a evacuação e a criação de rotas seguras, por exemplo, para pessoas que trabalharam para a comunidade internacional. Por outro lado, isso deve ser equilibrado, oferecendo o acesso ao asilo para aqueles que chegam por conta própria", sublinhou, em entrevista à Euronews, Catherine Woollard, diretora do Conselho Europeu para os Refugiados e Exilados.

Mas nem toda a Europa tem os braços abertos para os afegãos que fogem dos talibãs.

O primeiro-ministro da Eslovénia - país que assumiu a presidência rotativa da União Europeia - recorreu ao Twitter para dizer que "não cabe à Europa ou à Eslovénia ajudar ou pagar a qualquer pessoa no planeta que esteja a fugir em vez de lutar pela pátria."

O chanceler austríaco disse, por outro lado, ser "claramente contra o facto de se acolher mais pessoas voluntariamente."  Sebastian Kurz manifestou-se durante uma entrevista ao canal televisivo PULS 24, no domingo à noite, citada pela agência EFE. 

Já o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sugeriu usar um mecanismo europeu ainda não utilizado para garantir proteção temporária.

"[O mecanismo] funciona fornecendo apoio humanitário e operacional, por um lado, e garantindo, depois, a rápida proteção às pessoas que chegam, para que não fiquem presas nos procedimentos de asilo e para que os próprios procedimentos de asilo não sejam sobrecarregados pelas chegadas", explicou Catherine Woollard, diretora do Conselho Europeu para os Refugiados e Exilados.

Apesar de as chegadas de afegãos à Europa se poder tornar numa batata quente política para o bloco comunitário, as organizações não-governamentais acreditam que 90% das pessoas que fogem serão alojadas em países vizinhos do Afeganistão.

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