Trégua na guerra franco-russa do champanhe

Há uma trégua na guerra comercial que opõe a Rússia e a França a propósito do uso da designação Champanskoie, ou seja, a tradução direta da palavra Champagne para o russo. Os franceses vão retomar, a partir do dia 15, as exportações para a Rússia, e vão por enquanto cumprir a lei ditada por Moscovo.
Diz Charkes Goemaere, diretor do comité interprofissional do vinho de Champagne: "É importante recomeçar as exportações para a Rússia. Esse foi o nosso primeiro pedido, O segundo pedido foi que houvesse negociações para uma solução que preserve o nosso direito a usar o nome Champagne, que é o nosso património".
Segundo a lei imposta na Rússia, só o espumante russo tem o direito a usar a expressão Champanskoie na parte de trás do rótulo, onde estão as informações em russo. Mesmo o verdadeiro champanhe francês, único a poder usar essa designação, passa a ser identificado como "vinho espumante".
Vladimir Isayev é um apreciador de champanhe para quem esta polémica não faz sentido: "Para mim, só o champanhe que vem de França, da região de Champagne, pode ser chamado assim. O resto - espumante, prosecco, cava - pode ser bom para algumas ocasiões, mas o champanhe está ligado àquela região. Esta lei é como se dissessem que o Bordéus é produzido na região de Krasnodar".
No rótulo da frente, escrito em carateres latinos, o champanhe francês continua a usar a designação Champagne, mas o busílis está na tradução para russo. Eternamente associado ao luxo e ao requinte, o champanhe é um dos produtos franceses mais conhecidos e apreciados em todo o mundo. A lei russa é vista pelo governo francês e pelos exportadores como uma provocação. Depois de um conflito inicial, a federação dos produtores escolhe agora uma nova via, a do diálogo, que espera que dê frutos.