Aumentos dos custos da energia sufocam europeus

Aumentos dos custos da energia sufocam europeus
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Bruxelas rejeita impacto de políticas climáticas

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Para os europeus, a chegada do outono está longe de ser tranquila. O aumento dos custos da energia deixa antever um agravamento das faturas e obriga muitos a apertar o cinto.

Em países como Itália, por exemplo, esperam-se aumentos na ordem dos 40% no preço da eletricidade o que representa uma verdadeira dor de cabeça para muitas famílias.

Alguns atribuem a culpa à União Europeia. Acreditam que é tudo por causa do Pacto Verde Europeu e da meta da neutralidade carbónica em 2050.

A Organização Europeia de Consumidores (BEUC) atira, no entanto, as culpas para os combustíveis fósseis.

"É a nossa dependência de combustíveis fósseis como a gasolina e o gás natural que torna a nossas faturas de energia muito mais caras. A Organização Europeia de Consumidores está a pedir uma mudança acelerada para um sistema energético mais baseado em energia renovável, com mais energia eólica e solar, mas também a eletrificação de transportes, aquecimento e arrefecimento, por exemplo", sublinhou, Dimitri Vergne, da Organização Europeia de Consumidores.

Mas a completa implementação das energias renováveis promete tardar anos. Enquanto isso muitos europeus sofrem de pobreza energética.

De acordo com estatísticas de Bruxelas, cerca de 34 milhões de europeus não dispõem de dinheiro para aquecer as casas adequadamente.

A Comissão Europeia propôs um Fundo Social para a Ação Climática para salvar o clima e não deixar ninguém para trás, mas os especialistas dizem que há outras soluções que podem ser implementadas.

"Existe o chamado pacote de energia limpa de 2019. Dá exatamente este tipo de provisão. Existe a possibilidade de proteger os consumidores dos elevados preços da energia, de proteger os chamados consumidores vulneráveis. Também há a possibilidade de oferecer períodos especiais de teste. Um deles é não cortar a energia porque não pagam as contas. Há Estados-membros que oferecem tarifas especiais a esses consumidores e também há alguns que oferecem a possibilidade de substituir uma central antiga que está a consumir muita energia por uma mais nova e eficiente", lembrou Denis Hesseling, da Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER).

Como acontece com frequência, os políticos são chamados à responsabilidade. De acordo com Carlo Bollino, professor na universidade de Perúgia, Bruxelas foi "politicamente fraca": "A autorização do gasoduto Nordstream 2 - uma visão bilateral russo-alemã que não faz parte de uma visão compartilhada da Europa e que não respeita o território ucraniano - enfraqueceu a posição da Europa como garante do bem comum a favor de mercantilismo de alguns países fortes como a Alemanha. Isso pode ser atribuído a Bruxelas. A União Europeia não teve coragem de dizer 'Não' à Alemanha."

A Comissão Europeia está a monitorizar a evolução dos preços da energia, mas fala no impacto da recuperação económica e, por exemplo, na elevada procura de gás na Ásia, colocando de fora a políticas relacionadas com o Green Deal.

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