Bárbara Timo: da depressão Covid ao ouro em Paris

Bárbara Timo (de branco) durante a final contra a britânica Lucy Renshall
Bárbara Timo (de branco) durante a final contra a britânica Lucy Renshall Direitos de autor EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
Direitos de autor EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Judoca portuguesa, natural do Rio de Janeiro, conquista primeira medalha após ter sofrido uma depressão durante a pandemia e baixado de categoria após os Jogos Olímpicos

PUBLICIDADE

Bárbara Timo conquistou uma medalha de ouro no Grand Slam de Judo de Paris, a decorrer este fim de semana na capital francesa.

Na final de menos 63 quilos, a portuguesa, de 30 anos, natural do Rio de Janeiro, bateu a britânica Lucy Renshall, no “ponto de ouro”.

Foi a primeira medalha, e logo de ouro, para Bárbara Timo desde que baixou da categoria de -70Kg para a de -63Kg após meses a lutar contra uma depressão.

Em declarações recentes à agência Lusa, Bárbara Timo explicou terem sido vários fatores a contribuir para a depressão, acentuados pela pandemia de Covid-19 e a distância da família, que vive no Brasil.

"Foi muito complicado. Não só de não os ver, mas a incerteza em relação à saúde. Um tio meu faleceu com Covid-19", contou a judoca, acrescentando outros fatores na base do diagnóstico: "O pico de stress foram mesmo os Jogos Olímpicos e, depois, foi difícil, por tudo o que procurei, tudo o que troquei na minha vida."

Em Tóquio, onde ainda lutou em -70Kg, Bárbara Timo acabou eliminada na segunda ronda pela campeã do mundo da categoria, a croata Barbara Matic.

"Parei de treinar após os Jogos e, quando fui ver o meu peso, já estava em 67Kg. Podia subir ou descer. Acho que faço sempre o caminho inverso a todo o mundo e vou por outra estrada", contou a judoca, para quem "novos caminhos" surgem como motivação.

"Juntei forças em consequência de tudo e isso dá-me muita motivação. Estou animada", afirmava antes deste Grand Slam de Paris, de onde sai com a medalha de ouro depois de em 2019 ter ali ganho a de bronze em -70Kg, num ano que se sagrou vice-campeã do mundo da categoria.

"É engraçado, mas também é para ver como a vida é transitória (...). Nada é fixo, sempre acabamos por recomeçar quantas vezes for necessário. É preciso ter apoio e eu sou grata ao Benfica, por me ter apoiado bastante, e à seleção, à Ana Oliveira, que me tem ajudado nesta fase de mudança, e à Ana Hormigo [selecionadora]", destacou a, entretanto, campeã de -63Kg no Grand Slam de Paris.

Outros portugueses

De resto, destaque ainda para Catarina Costa, que fechou o dia em quinto, em menos de 48 quilos, categoria ganha pela japonesa Wakana Koga. Repescada após derrota para a sérvia Milica Nikolic, a portuguesa perdeu o combate pelo bronze diante da francesa Blandine Pont.

Joana Diogo (-52Kg), Wilsa Gomes (-63Kg), Rodrigo Lopes (-60Kg), João Fernando (-73Kg) e João Crisóstomo (-73Kg) também estiveram em ação, este sábado, mas ficaram-se pelos primeiros combates.

O Japão foi aliás o grande destaque deste primeiro dia do Grand Slam de Paris ao garantir quatro medalhas de ouro e uma de prata.

Para o segundo dia de competição no tatâmi da "cidade luz", Portugal deposita a esperança de mais medalhas em Rochele Nunes (+78Kg) e em Anri Egutidze (-90Kg).

Outras fontes • IJF

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Anri Egutidze vence segunda medalha para Portugal em Paris

Jorge Fonseca conquista primeira medalha para Portugal em Tóquio2020

Jorge Fonseca é bicampeão mundial